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E porque não fecha o leitor os ouvidos quando está escutando uma melodia de Bellini, e os olhos quando está vendo um quadro de Raphael? Eu, com um charuto na bocca, docemente recostado na minha cadeira, aspirava os perfumes do ambiente, sem me importar com as provocações do papel, com as agitações da tinta, e com as suggestões da penna.

Tendo visto nascer o romantismo em Portugal, fôra romantico de convicção e, como tal, adorava a musica italiana, saboreava-a, a goles de audição, como se fosse um licor esquisito, divino. Verdi servia-lhe á phantasia uma especie de champagne capitoso, que o embriagava docemente. Bellini e Rossini, dois copeiros da cava celeste, enchiam-lhe a taça do prazer de um tokay generoso, unico.

Era então um rapaz que se atirava ao turbilhão da mocidade, ebrio d'esperança e gloria. Sobre o seu temperamento divergem todavia as opiniões; o doutor Macedo Pinto cita-o como sanguineo, e Emilio Deschanel attribue-lhe uma organisação essencialmente nervosa, como a de Bellini e Beethoven.

Não era porém Rossini, Verdi, Bellini, Ricci e Donizetti os que o attrahiam e enlevavam; era Shakespeare, era Byron, era Walter Scott, cujos grandiosos vultos lhe parecia estar vendo no palco evocados, por sua vez, pelos mesmos personagens, que o genio d'elles tinha evocado outr'ora. A musica era o accessorio. Os applausos do publico roubava-os Mr.

Torto , e á vara larga, o fino dandy seduz. O mais que faz o lapuz quando em finezas se alarga é roncar: Que tal te eu puz! Do patrio amor todo o fogo traduz-se no venha a mim. Quem faz d'um jornal pasquim, sem trunfos entra no jogo e sae-se trunfo por fim. Bellini foi-se!... não presta. Da harmonia a nata, a flôr, veio encontrar successor no Fado, que é o rei da festa, o canto que faz furor!

A terceira escóla é a franceza, sem ideal definido, portentosa umas vezes, com os arrojos de Meyerbeer, e suavemente deliciosa n'outras occasiões, com as meigas melodias de Bellini ou Donizetti.

Amargo calix Em silencio tragava, ouvindo os passos Do acerbo massador, impio borlista! As notas de Rossini eram-lhe espinhos, As fusas de Bellini eram-lhe fusos Que o intimo das visceras lhe espetam! E os duetos em do Machbet Eram-lhe cantos de raivosas górgonas!

Ler ou fallar sem intonações, sem pausas, sem as devidas quantidades, sem dar ao que se ou falla o natural colorido, e o relevo indispensavel, vale tanto como querer executar em um piano miseravelmente desafinado os primores de Rossini, Donizetti, Bellini, Meyerbeer ou Marcos Portugal.

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