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Por entre colchas da India, recamadas de lentejoulas, esmaltadas em mosaicos de fios de ouro, entretecidos em variados matizes, lençoes de Bretanha, finissimos, arrendados em arabescos nas orlas das cabeceiras, columnas de carvalho do norte, abertas a buril, em que pousavam passaros esculpidos sobre pampanos e hastes de videira, no meio de fragmentos de apparatosos biombos de charão escarlate da phantastica China, onde aves e dragões dourados surgiam de vasos idealisados pela imaginosa creação do artista, através de crystaes de Bohemia, partidos e mutilados, enunciando todas as côres do prisma, e de envolta com vassouras de piassaba, modestas e envergonhadas em toda a humildade da sua burguezia, avistei um contador de Boule, moldado em tartaruga, envolto em festões de grinaldas de cobre dourado, no mais correcto estylo Pompadour, e arremedando, na ousadia do desenho e na elegancia e recortes das folhas de metal, as sublimes inspirações de Benvenuto Cellini.

N'esse anno e no seguinte tomei parte activa no movimento socialista, que se iniciava em Lisboa, e tanto n'essa cidade como no Porto escrevi bastante nos jornaes politicos. Incidentemente publiquei n'um pequeno volume, uma serie de estudos com o titulo de Considerações sobre a Philosophia da Historia litteraria portugueza. Creio que é, ainda assim, o que fiz de melhor, ou pelo menos, de mais razoavel em prosa. Confesso sinceramente que dou muita pouca importancia a todos esses meus escriptosinhos de occasião, e até, ás vezes, preciso de certa força de reflexão para me não envergonhar de ter publicado tanta cousa pouco pensada. E todavia era applaudido! Porque? Em primeiro logar, creio eu, porque os que me applaudiam não pensavam, ainda assim, mais nem melhor do que eu. Em segundo logar, porque me concedeu a natureza o dom da prosa portugueza, não da prosa de convenção, arremedando o estylo dos seculos XVI e XVII mas de uma prosa que tem o seu typo na lingua viva e falada hoje, analytica nos movimentos da phrase, mas na linguagem ainda e sempre portugueza. Isso agradou, porque era o que convinha e, em summa, acabei por ser citado como modelo da prosa moderna!

Não se morre de alegria!... exclamou o enamorado moço. E o senhor... meu bom amigo... meu pai... dá-ma? Ela ama-o, André! respondeu o senhor Germinal, arremedando Rosa. Mas levante-se daí, vizinho! mais janelas e mais inquilinos, no prédio! André obedeceu: nos seus olhos ardiam fogos de artifício, o coração tocava-lhe a rebate, e no cérebro sentia ressoar uma banda regimental.

Houve uma interrupção, um rapaz que se levantou e de braço no ar pedia para ir fora. Licéte! foi como ele disse, arremedando o latim licet. Outros havia que diziam, por troça, Aniceto! Ora a mim me admirava, tornou-lhe o professor. Se tu não havias de pedir para ir fora, tu... E ficou-se a fitá-lo, meneando pausadamente a cabeça. Ora você fora.

E naquela expectação viram de repente descer do alto, sobre o palco, agarrado a uma corda, o Freixedas da Mercearia vestido de Lusbel, rubro e com chavelhos. Cuidaram de estoirar a rir. Da boca muito inchada saíam-lhe faúlhas, do algodão a arder que trazia dentro. Fazia caretas horrendas, arremedando Satanás nos ímpetos da cólera. O pano começou a descer, oblíquo, esfarrapado de uma banda.

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