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2 Põe tu, Ninfa, em efeito meu desejo, Como merece a gente Lusitana; Que veja e saiba o mundo que do Tejo O licor de Aganipe corre e mana. Deixa as flores de Pindo, que vejo Banhar-me Apolo na água soberana; Senão direi que tens algum receio, Que se escureça o teu querido Orfeio.

Se eu fosse inspirado por Apollo, assim cantaria meus desgostos; se podesse banhar-me na fonte de Aganipe, mui feliz seria... pois, escripto deixava quanto minha alma é triste como o pobre naufrago; como a voz do sino, carpindo o funeral de um morto; triste como é a rosa quando com o zephyro se vae desfolhando; triste como a chorosa mãe ao dizer adeus ao estremecido filho... Minha alma é triste, como a ave que do ninho vae arrebatada; triste, como a saudade, que sendo bella, é a mais triste flôr!

Poem tu Nimfa em effeito meu deſejo, Como mereçe a gente Luſitana, Que veja & ſaiba o mundo que do Tejo O licor de Aganipe corre & mana, Deixa as flores de Pindo, que ja vejo Banharme Apolo na agoa ſoberana. Senão direy, que tẽs algum receio, Que ſe eſcureça o teu querido Orpheio.

Sécia poeta he aquelle presumido habitador do Parnaso per intellectum, que imagina que o licor de Aganipe cria savandijas, e que a Castalia he o chafariz dos páos, que invoca as Musas por Comadres, e chama Pay a Apollo: prezado de saber os preceeitos da Arte, pois cuida que synalefa he hum risco na cara, eclipses huma turbaçaõ da esfera, Apocope he cera bella, Sincope he hum estupor; com presunçaõ de perfeito poeta, sendo indigesto versista: porèm a culpa tem Apollo, que senaõ faz herodes para desfazer estes innocentes: J

Não desconhece isto o professor do Curso Superior de Letras, porque a pag. 131 da primeira edição do seu Bernardim Ribeiro reproduziu da Fuente de Aganipe o dizer de Faria. Como demonstrámos no volume sobre o Poeta Crisfal, Camões glosou o magoado solau da Menina e moça, de Bernardim Ribeiro.

Pois é verdade, como lhe vinha contando, amigo, senhor meu, cuidavam elles que o trivial e velhissimo facto de se amarem os separaria dessa lei commum, lei estupida por isso mesmo que é para todos, praxe, tão velha como o amor, de attender ás justas reclamações deste ser intimo que faz os grandes estadistas, os eximios patriotas, os jornalistas preclaros, e particularmente os homens gordos: quero dizer o estomago, viscera-rainha, orgão dos orgãos, potencia sempre discutida, sob um pseudonimo qualquer, no discurso do throno, aganipe das locaes mais chorudas do jornalismo, irmão gemeo da soberania do talento, o estomago, oito letras a cujo serviço estão as outras dezeseis, porção, em fim, do homem notavel, que mais se lhe venera, por isso que a chegada de uma summidade a qualquer terra é logo celebrada por tres, quatro, cinco jantares em que uma concava terrina de sôpa e uma pyramide de boi assado substituem os presentes d'ouro e pedrarias com que na antiguidade se regalavam os adventicios de longes terras.

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