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Ha quem affirme que os vesgos são ainda peiores que os corcundas, e que a sua influencia é de maior malignidade. Felizmente o Mascaró promette acabar com elles, e não haverá mais enguiçados por este accidente!...

Ahi está que havendo em Portugal superstição para com os tortos, um poeta dos principios do seculo passado, mascarado com um pseudonimo, os cantou no poema da Monocléa; poema destinado ao louvor dos cegos, vesgos e zanagas, e em que se diz de Camões como quem de vez com o segredo da sua gloria: De um olho claudicava de tal arte Que celebre se fez em toda a parte.

Torcendo, e retorcendo os vesgos olhos, Vaguêa delirante a vasta furna: A Morte, a propria Morte, ao ver-lhe as furias, Treme no throno horrendo. O Fado, contra quem vomita o Monstro Negra turma de pragas, indignado Manda ronque o trovão, fuzile o raio, E sobre ella desabe. A Furia, remordendo-se, baquêa, E no bojo inflammado o Inferno a sorve.

Parecia fraco e a desfazer-se; mas as pernas delgadas, como fusos, podiam andar legoas, os braços escamados encobriam uma força alem do commum, e os olhos vesgos viam torto para os negocios alheios. Retrato vivo do aspecto mortificado de um franciscano penitente, o velhaco ria-se tanto para dentro como o feitor Antonio Rodrigues se ria para fóra.

Rolavam-lhe nas orbitas dous olhos vêsgos, que não eram olhos quando os incendia em viva braza o ardor da guerra. O trom das espingardas, nas refregas a que delirantemente se arremeçava, faziam n'ella o effeito do zumbido na orelha do cerdo: silvava assobios terriveis de colera, e animava os soldados, umas vezes com um «arre p'ra diante» outras vezes chamava-lhes filhos.

Braços de polipo, terminados por mãos e dedos eternos, hombros agudos sobre os quaes o fato dansava como posto em cima de um cabide, rosto comprido, escaveirado, e macilento, acompanhado das melenas esguias de um cabello ruivo e aguado, testa núa que chega quasi á nuca, peito e ventre espalmados, olhos vesgos, tortos, encovados, mas vivos ou surrateiros, boca rasgada quasi até ás orelhas, e beiços finos e desbotados, compunham a lugubre, carrancuda, e exotica pessoa do lavrador mais atilado, avarento e sem escrupulos d'aquellas immediações.

Ze P'reira era um homem baixo, grisalho, sufficientemente nutrido, de olhos vesgos e que mais vesgos se faziam quando o enthusiasmo, o rapto artistico se apoderava d'elle; usava de umas suissas que pareciam tentar sumir-se-lhe pela bôca dentro; tinha longos braços, accommodados ás difficuldades e evoluções da sua arte, e pernas que, do joelho para baixo, lhe divergiam em angulo de mais de trinta graus.

Hei-de despir-te a pelle a pouco e pouco e depois na carne viva deitar fel, e depois na carne viva semear vidros, semear gúmes, lúmes, e tiros! Hei-de gosar em ti as póses diabolicas dos theatraes venenos tragicos da persa Zoroastro! Hei-de rasgar-te as vrilhas com forquilhas e croques, e desfraldar-te nas canellas mirradas o nêgro pendão dos piratas! Hei-de corvo marinho beber-te os olhos vêsgos!

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