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Atualizado: 5 de junho de 2025


Considerava o que perdera n'essa noite em que, creança ainda, pela primeira vez deixára Villalva para ir buscar riqueza e saber que tão cedo se converteriam em infortunio, e a ideia da morte voltava como a unica redempção. Laura escrevia-lhe longas cartas.

Ficára assente pelo simples uso, sem qualquer declaração formal, que os rendimentos de toda a casa pertenceriam a Laura, que d'elles dispunha como queria, e para elle reservaria os bens de Villalva. De resto, Claudio supportava este encargo de visitar e administrar a casa sem maior contrariedade apparente.

No latido dos cães e no cantar do gallo sentem-se uns prenuncios de vida, signaes de habitação humana com os seus guardas, as suas provisões e os seus pomares. Essa aldeia é Villalva, um montão de casebres cortados de caminhos cheios de matto, de tojo, de urze e de carrasco, degráus informes dando accesso a casitas negras de fumo, cortelhos de magros porcos fossando na estrumeira.

Esperavam que por bons conselhos levariam Claudio a abandonar Villalva e a voltar á companhia de Laura. Para isso iam dizer a José d'Albuquerque que escrevesse ao cunhado pedindo-lhe que não désse mais desgostos á mulher, que tão virtuosa tinha sido, e mostrando-lhe como a sua vida era censurada até pelos proprios amigos, segundo diziam.

Ás pessoas de familia disse que se apressara a voltar porque se sentia bem de saude e n'aquelle tempo havia muito que fazer. Para evitar explicações que o contrariavam, seguiu immediatamente para Villalva onde chegou noite cerrada. Os creados receberam-n'o surprehendidos e alegres, dando-lhe conta do estado dos gados, das sementeiras, de tudo o que succedera n'aquella pacifica solidão.

Os primeiros dias de férias passados em Villalva foram uma festa para Claudio. Veiu a irmã e ella juntamente com a mãe, ambas contentes e orgulhosas, pedia-lhe a narração do que se passava no collegio, como era a jornada, os exames, o Porto, a cidade de Braga e o Bom Jesus do Monte. Quem lhes dera poder ir !

Grande náo, grande tormenta, dizia lembrando-se com saudade dos tempos de Villalva e do socego em que vivera durante quarenta annos. Claudio ouvia com interesse as palavras da mãe. Involviam-lhe o coração n'um alento d'amor que ha muitos mezes desconhecia; todo se entregava a esta caricia que recebia como uma benção.

Porque não havia elle de viver assim contente?... Scismava. Talvez o Jorge lhe revelasse o segredo d'aquella fortuna. Respondeu lhe immediatamente. Exultava. Os cavallos estavam promptos, tinha-os n'aquelle momento ligeiros como gamos, do campo de Coimbra. Traçava varios passeios, em Albergaria e em Villalva onde lhe queria mostrar os jardins que créara no meio de rochedos.

Ou então casasses em Villalva, com alguma rapariga de descalço. Não viesses procurar uma pessoa fina. Talvez não tivesse sido infeliz... Pois eu ainda mais feliz seria! Estava em casa de meus paes muito bem, não me faltava nada. Escusava de me vir metter n'este inferno. Claudio calava-se perante os modos irritados da mulher.

Pelo contrario, o desejo de voltar a Villalva triumphante, como no primeiro anno, a alegria dos paes e os carinhos que d'ahi vinham e de que a sua alma era tão avida, constituiam uma ambição sempre presente á sua lembrança e que o mantinha invariavelmente no mesmo caminho.

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