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Atualizado: 1 de junho de 2025
Emfim Amaro, impaciente, fazia um signal a Amelia; ella punha logo diante da Tótó o livro com estampas da Vida dos Santos. Vá, ficas agora a vêr as figuras... Olha, este é S. Matheus, esta Santa Virginia... Adeus, eu vou lá a cima com o senhor parocho rezarmos para que Deus te dê saude e te deixe ir passear... Não estragues o livro, que é peccado.
Que aborrecimento ter de aturar a velha historia do Totó, contada pela D. Clementina, e a phonetica de sabiá do commendador e os vv, silvados da D. Gabriella.
O senhor parocho entrava pela cozinha do lado da sacristia, a menina vinha pela porta da rua: subiam, fechavam-se no quarto... E ella que faz, a Tótó? perguntou o padre Amaro, hesitando ainda. Coitadita, para alli estava... Tinha manias: ora fazia bonecas e apaixonava-se por ellas a ponto de ter febre; outros dias passava-os n'um silencio medonho com os olhos cravados na parede.
Fez uma caricia ao pescoço gordo da sua velhota, prometteu com bondade ir estudar o caso... Ámanhã, que a Tótó está só, lembrou logo a S. Joanneira. Mas o conego preferia que Amelia estivesse presente. Podia assim vêr como as duas se davam, se havia influencia do espirito maligno...
Todas as noites eu cahia, em extasis de mystico, aos seus pés côr de jaspe. Todas as manhãs lhe alastrava o regaço de notas de vinte mil reis: ella repellia-as primeiro com um rubor, depois, ao guardal-as na gaveta, chamava-me o seu anjo Tótó.
Parecia-lhe, pois, que não devia consentir que a pequena fosse a casa do sineiro, sem estar certa que aquillo nem lhe prejudicava a saude nem lhe prejudicava a alma. Emfim, queria que uma pessoa de juizo, d'experiencia, fosse examinar a Tótó...
O que vai com ella p'ró quarto. O que a belisca... Mas Amelia entrava: e a paralytica calou-se logo, repousada, com os olhos cerrados e respirando regaladamente, como n'um allivio repentino de todo o seu soffrimento. O conego, esse, immobilisado d'assombro, permanecia na mesma postura, dobrado sobre a cama como para ascultar a Tótó.
Ergueu-se por fim, soprou como n'uma calma d'agosto, sorveu d'espaço uma pitada forte; e ficou com a caixa aberta entre os dedos, os olhos muito vermelhos cravados na colcha da Tótó. Então, senhor conego, que lhe parece cá a minha doente? perguntou Amelia. Elle respondeu, sem a olhar: Sim senhor, muito bem... Vai bem...
Na cozinha não poderiam accommodar-se, porque o quartito da pobre Tótó era ao pé... Mas tinham o quarto d'elle, em cima. O padre Amaro bateu com a mão na testa. Não se lembrára da paralytica! Isso estraga-nos o arranjinho, tio Esguelhas! exclamou. Mas o sineiro tranquillisou-o, vivamente.
O padre Amaro então, quasi tranquillo, certo do silencio do conego, disse com bonhomia: Traste porquê? Diga-me lá! Traste porquê? Temos ambos culpas no cartorio, eis ahi está. E olhe que eu não fui perguntar, nem peitar a Tótó... Foi muito naturalmente ao entrar em casa. E se me vem agora com coisas de moral, isso faz-me rir. A moral é para a escóla e para o sermão. Cá na vida eu faço isto, o senhor faz aquillo, os outros fazem o que podem. O padre-mestre que já tem idade agarra-se á velha, eu que sou novo arranjo-me com a pequena.
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