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Toda a quinta de Torges, portanto, é uma massa de ortigasMas bastaria que o hóspede erguesse os olhos, para ver as searas, os pomares e os vinhedos!

Por fim, largamos numa manhã de junho, com o Grilo, e trinta e sete malas. Eu acompanhava Jacinto, no meu caminho para Guiães, onde vive minha tia, a uma légua farta de Torges: e íamos num vagom reservado, entre vastas almofadas, com perdizes e Champanhe num cêsto.

Eu possuia apenas o número do Jornal da Tarde, que rasguei pelo meio, e partilhei com êle fraternalmente. E quem não viu então Jacinto, senhor de Torges, acaçapado

Àquela hora, de-certo, Jacinto, na varanda, em Torges, sem fonógrafo e sem telefone, reentrado na simplicidade, via, sob a paz lenta da tarde, ao tremeluzir da primeira estrêla, a boiada recolher entre o canto dos boieiros. Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guannes e Rostabal, eram então, em todo o Reino das Astúrias, os fidalgos mais famintos e os mais remendados.

Cruzei os braços, num justo espanto. ¿Mas os caixotes êsses caixotes remetidos para Torges, com tanta prudência, em abril, repletos de colchões, de regalos, de civilização?... O caseiro, vago, sem compreender, arregalava os olhos miudos onde bailavam lágrimas. Os caixotes?! Nada chegára, nada aparecera.

¿Então, ainda está o snr. D. Jacinto?! Sua inselência ainda estava em Torges e sua inselência ficava para a vindima!... Justamente eu reparava que as janelas do solar tinham vidraças novas; e a um canto do pátio pousavam baldes de cal; uma escada de pedreiro ficára arrimada contra a varanda; e num caixote aberto, ainda cheio de palha de empacotar, dormiam dois gatos. E o Grilo apareceu?

não passava as mãos murchas sôbre a face batia com elas rijamente na côxa... Que sei eu?! Era uma reincarnação. E tudo o que me contou, pisando alegremente com os sapatos brancos o soalho, foi que se sentira, ao fim de três dias em Torges, como desanuviado, mandára comprar um colchão macio, reùnira cinco livros, nunca lidos, e ali estava... Para todo o verão? Para todo o sempre!

Daí a pouco, através da porta aberta que nos separava, senti uma risada fresca, môça, genuína e consolada. Era Jacinto que lia o D. Quixote. Oh bemaventurado Jacinto! Conservava o agudo poder de criticar, e recuperára o dom divino de rir! Quatro anos vão passados. Jacinto ainda habita Torges. As paredes do seu solar continuam bem caiadas, mas nuas.

Jacinto, logo nos começos de março, escrevera cuidadosamente ao seu procurador Sousa, que habitava a aldeia de Torges, ordenando-lhe que compuzesse os telhados, caiasse os muros, envidraçasse as janelas.

Jacinto não conhecia Torges, e foi com desusado tédio que êle se preparou, durante sete semanas, para essa jornada agreste. A quinta fica nas serras e a rude casa solarenga, onde ainda resta uma tôrre do século XV, estava ocupada, havia trinta anos, pelos caseiros, boa gente de trabalho, que comia o seu caldo entre a fumaraça da lareira, e estendia o trigo a secar nas salas senhoriais.

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