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Atualizado: 1 de junho de 2025
Que se lhe meta em cabeça Alguma parvoa tenção? Que faça, se vem á mão, Algũa cousa que pareça? Senhora, não tẽe razão. Eu sei mui bem attentar Do que se ha de ter receio, E do que he para estimar. Não he o demo tão feio Como alguem o quer pintar; E não se espera isso delle, Que não he ora tão moço. E Vossa Mercê asselle Que qualquer segredo nelle He como huma pedra em poço.
Se hum mal grande se alevanta N'hum coração que maltrata, A affeição se desbarata; Porque onde a ágoa he tanta O fogo d'amor se mata. E pois tive tal tenção, Perdoae, Senhora, a culpa Deste vosso coração. Não se alcança assi perdão D'erro que não tẽe desculpa. Ora pois assi tratais Quem em tanto risco pôs O amor que vós negais, Eu m'ausentarei de vós Onde mais me não vejais.
Pretidão de Amor, Tão doce a figura, Que a neve lhe jura Que trocára a cór. Leda mansidão, Que o siso acompanha, Bem parece estranha, Mas barbara não. Presença serena, Que a tormenta amansa: Nella emfim descansa Toda minha pena. Esta he a captiva, Que me tẽe captivo; E pois nella vivo, He fôrça que viva. Quem ora soubesse Onde o Amor nasce, Que o semeasse! Voltas.
Bem vês que huma beldade tão immensa De vencer-me tẽe glória bem pequena, Pois só render-me tomo por defensa. Mas ja que amor tão puro me condena, Contente fico assaz desta victoria; Que não me dão meus males tanta pena, Quanto o serem por ti me dá de glória. A vida me aborrece, a morte quero: Será eterno o meu mal, segundo entendo, Pois na mor esperança desespéro.
Senhor, assi a fiz e a escrevi na memoria, porque eu não sei escrever senão com carvão; e porém diz assi: Por amor de vós, Briolanja, Ando eu morto, Pezar de meu avô torto. Oh como he galante! Que descuido tão gracioso! Mas vem cá: que culpa te tẽe teu avô nos desfavores que te tua dama dá? Pois, Senhor, se eu houve de pezar de alguem, não pezarei eu antes dos meus parentes, que dos alheios?
Se a queixumes se soccorre, Lança no fogo mais lenha: Não ha mal que lhe não venha. Pois a tantas perdições, Senhoras, quereis dar vida, Ditosa seja a ferida, Que tẽe taes Cirurgiões! Pois ventura Me subio a tanta altura, Que me sejais valedoras, Ditosa seja a tristura, Que se cura Por vossos rogos, Senhoras!
Tẽe claro estylo, e engenho curioso, Para poder de vós ser recebido, Com mão benigna, de ânimo amoroso. Pois se só de não ser favorecido Hum alto esprito fica baixo e escuro; Este seja comvosco defendido, Como o foi de Malaca o debil muro. Aquelle mover de olhos excellente, Aquelle vivo espirito inflammado Do crystallino rosto transparente;
E como se póde achar Quem sempre se perde mais? Não tenho outro mantimento, Nem outro contentamento, Senão o em que imagino. Aqui entra a Rainha e diz: RAINHA. Como se sente, Senhor? Tẽe a febre mais pequena? Responda-lhe minha pena. Diz contra ElRei: Cúmpleme que solo yo Platique con Vuestra Alteza. Cheguemos-nos para cá.
Que pois tão bom captiveiro Me tẽe presa a liberdade, Eu lhe prometto em verdade Que torne ainda primeiro, Que mo peça a saudade. Aindaque se possa ir Mais asinha do que creio, Como hei d'eu consentir Que se haja de partir Na mesma noite que veio? Forçada he minha tornada, Mas muito cedo virei; Porque desque foi chegada A este porto a Armada, Ainda a não visitei.
Bem sem fundamento Tẽe certa a mudança, Certo o sentimento Na dor da lembrança. Quem vive contente, Viva receoso: Mal que se não sente, He mais perigoso. Quem males sentio, Saiba ja temer; E pelo que vio Julgue o qu'ha de ser. Alegre vivia, Triste vivo agora; Chora a alma de dia, E de noite chora. Confesso os enganos De meu pensamento: Bem de tantos annos Foi-se n'hum momento.
Palavra Do Dia
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