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Atualizado: 27 de junho de 2025


Estou ao de ti. Tenho frio, muito frio... Juntam-se as caras dos ladrões e dos soldados, todos em roda e ante tambem o Velho se chega para a cama. A Mouca abre os braços e d'um lado o Morto, do outro Sofia, seguram-lhe nas mãos. Aqui está uma manta diz o Velho baixinho. E apresenta um farrapo de manta cossada. Shiu! não precisa.

Mas quantas vezes a velha repartia com os pobres o pão que lhes fazia falta!... O que a tornava amarga era a lucta exasperada com a sorte. De fórma que Sofia nada sabia da vida, e assim fôra crescendo sem queixas, resignada e pura. A Deus resava todas as noites pela vida do velho, pela saude d'aquelle sêr offegante e grotesco, que passava horas e horas a chorar.

Não sei se repararam... As creaturas mesmo antes da agonia pertencem mais a um outro mundo do que á terra. A materia está toda imbebida de mysterio, ha mais luz do que noite... As coisas que pertencem ao corpo emmudecem e põe-se a falar dentro em nós a poeira d'astros de que é feita a alma. A Arvore! a Arvore!... dizia ella para Sofia Donde nasce aquillo olhe que a faz tremer?

Bem m'importo!... De noite muitas vezes tinha afflicções, suffocada. Agarrada a Sofia: Ó valha-me!... No entanto falava de curar-se, quando tornasse o sol. Por ora tudo estava tranzido. Na primavera... Sim, na primavera. Vês a Arvore, vêl-a? Assim que tiver flor, é mais quentinho... Mas veiu março e depois abril e que transformação!

Ella, de quem todos se riram com escarneo, cuspida pelos soldados, queria emfim fazer soffrer. Não havia ser mais degradado, não porque fosse , mas porque era como todas as creaturas filhas da terra, que o homem cria para o gozo. A principio todas faziam soffrer Sofia. Tinham vontade de a rebaixar, de a verem chorar lagrimas d'afflicção, para a igualarem. temos a menina!

Tudo tão triste, dias sem pão, e o amor a prendel-os, a unil-os, mais forte que a desgraça. Não sentem odio, nem teem forças para gritos. Baixinho o velho Gebo e a filha choram aquella que a terra primeiro tragou. Se o Senhor tambem nos levasse... E Sofia bebendo do mesmo copo: Tenha paciencia, tenha paciencia... Se o senhor nos levasse juntos, na mesma hora... Cuido que não tinha tanto frio.

Logo a imagem se esvaiu e na sombra funda, na sombra opaca, restavam apenas manchas vagas e dispersas, luar desfeito... Apalpou a terra. Havia um ruido ainda pelo chão corria um fio de agua ou um fio de choro... Meu amor! meu amor! Noite de chuva, d'esta chuva miuda que enlameia e entristece como uma angustia. Na rua Sofia passa com o chale de rastro. Ha um clarão de tochas á porta.

A gente tem de morrer, não é? Então quanto mais depressa melhor... Uma noite que os ladrões espancaram Sofia, a Mouca poz-se a olhal-a como um cão ao dono. Por fim disse-lhe: Vamos ambas ao rio quer? Eu não me importo de morrer. Mais vale acabar. E a menina? Que ando eu a fazer n'este mundo? Se a menina tem medo da agua, eu deito-me primeiro ao rio. Não, deixa! não te afflijas!... Eu, sim!

Com a senhora é sempre assim, Maria Alexandrovna! berra ella estrugindo a tudo: isto será modo de proceder para commigo?!... Não se assuste, vim aqui de corrida, nem me sento, sequer. Vim de proposito para saber se é verdade aquillo que me disseram. A senhora a dar bailes, banquetes e n'este meio tempo, a Sofia Petrovna para ali a um canto, em casa, a concertar as meias!

a filha, Sofia, era sempre a mesma, sem queixas, magra e linda, e com um sorriso tão triste que lembrava certas horas em que ha sol e chuva misturados. E como o Gebo lhe queria! Pelo seu destino que seria amargo, por a ver rapar miserias, e por ser o unico sêr no globo, que lhe não dizia más palavras. ia indo pela vida fóra, cossado e com um ar de afflicção que fazia rir.

Palavra Do Dia

arreiaõ

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