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Se não estivesse tão preoccupado e ralado, se tivesse tempo para me demorar nos botequins, certamente se teria ageitado alguma occasião de me congraçar com o visconde de S. Miguel de Seide, pois que elle o desejava, e eu não o recusaria. «... Jorge Castello Branco, o infeliz primogenito de Camillo

Agora que elle é morto e repousa longe, no cemiterio da Lapa, fui em peregrinação devota contemplar o tumulo em que viveu e agonisou: a casa solitaria de Seide, onde cada pedra parece ser um epitaphio que chora resignadamente por elle no silencio e na mudez de uma aldea minhôta.

Dois ou tres dias depois de uma das muitas conversas que tivemos, sobre o thêma do Amôr de Perdição, vinha-me da residencia amiga de S. Miguel de Seide um exemplar da extraordinaria novella, com o seguinte envoi do notavel romancista: "Para fazer chorar de novo Joaquim de Araujo essa suprema expressão das almas boas, chorar. C. C. Branco". Henrique Marques cita um exemplar especial da 1.ª edição.

Confessei-o agora á sr.ª D. Anna Corrêa, que espontaneamente me offereceu um exemplar em photographia. No album de Seide havia dois, tirados em Pariz, no tempo de Napoleão III, casa Mayer & Pierson, boulevard des Capucines, 3. Incluirei esse retrato n'uma segunda edição d'Os amores de Camillo, se algum dia a fizer. Aqui não é o seu logar proprio.

E todos nós, depois d'esta rapida reconstituição do drama de Seide, nos demorámos ali, concentrados e silenciosos, por alguns momentos, como se vissemos ainda Camillo, prostrado e arquejante, na sua cadeira de baloiço, morrendo. Subimos depois ao segundo andar. Eram ahi o escriptorio do romancista e os quartos de cama.

Fui hontem, 20 de agosto, a S. Miguel de Seide fazer uma romagem de saudade. Quando Camillo era vivo, sempre que eu vim a Santo Thyrso não deixei nunca de visitar o grande romancista na sua melancolica Thebaida.

Eu disse algures que elle, em noites de luar, se empoleirava nas arvores de Seide a tocar flauta. Queria viver isolado no seio da propria familia. Não consentia que lhe fizessem limpeza no quarto. Se alguem se quizesse aproximar, cuspia-lhe. No dia 2 de setembro de 1900, o Jorge não se levantou para ir almoçar. A porta do seu quarto estava fechada por dentro, como era costume.

Mas a consciencia ainda reage por vezes, brada, impõe-se, faz-se ouvir e attender. Entreguemos, pois, esta demanda á consciencia publica. O unico dos netos de Camillo que eu não pude vêr em S. Miguel de Seide, foi Manuel, o mais novo, nascido em 1893. O seu nome tambem obedeceu a uma propositada escolha: era o do pae do grande romancista.

Ora foi a tal proposito que, conjunctamente com a resposta de Nuno Placido Castello Branco, eu recebi a copia daquella carta, pelo punho do Visconde de S. Miguel de Seide, com a ordem de a publicar opportunamente, e como instrucção do juizo que porventura seguissemos, no caso da consulta que, por sua vez, elle devolvia para que sobre ella as Corporações interessadas resolvessem.

Extranho destino o d'essas duas almas, Anna Placido e Camillo, que o amor reuniu, que a convivencia torturou, e que a desgraça da cegueira feriu implacavelmente na velhice, para que ambos exgotassem até ás fezes o mesmo calix de amargura. Aqui terminou a nossa visita á casa deshabitada de Seide, rodeada de «pinheiraes gementes», mais triste agora do que nunca. Por vezes o sr.

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