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Atualizado: 15 de julho de 2025
Noite alta, mandava o pensamento em derrota pela agua, e figurava-se a passear por entre as arcadas da mina ou pelas escarpas do fim da serra. Vieram as chuvas e as primeiras tempestades. A Figueira, no verão tão cheia de luz, veste de escuro o outomno. Abrem os dias num ceu de cinza que pouco e pouco melancholiza os campos.
Ó poetas devaneiadores, ó almas melancolicas, que percebeis no sussurrar das brisas, no ciciar das folhas, no murmurar dos arroios, queixas occultas de dryades e de nayades, sentidas vibrações das harpas de fadas aereas, que vivem em palacios de nuvens; ó corações inoculados de poesia, que vos confrangeis e gottejaes lagrimas sinceras ao desmaiar do dia, ao desfolhar das arvores no outomno; poetas, que escutaes, com Victor Hugo, as vozes interiores, os cantos do crepusculo, e com elle adivinhaes os mysterios dos raios e das sombras, perdoae a involuntaria blasphemia da tia Dorothéa, que não contem o menor fermento de malicia; perdoae-lhe a dura expressão de que ella se serviu para caracterisar os vossos arroubamentos, as vossas tristezas vagas, os vossos devaneios, e crêde que, apesar da phrase, terieis n'ella uma alma mais afinada para sympathisar comvosco, do que tantas que por ahi fazem gala de vos comprehender melhor.
Nos marcos dos campos, á soleira das portas e nos parapeitos das pontes repoisavam finalmente os lavradores das fadigas do dia. O gado caminhava para as prêsas, conduzido por crianças de seis e sete annos. Nos arvoredos ouvia-se um cantar de aves, timido como elle é, ao aproximar do outomno e ao aproximar da noite.
Julio de Node era frequentador das corridas; pertencia a um dos melhores clubs e salientava-se entre essa «coterie» que faz a moda no verão, em Deauville; nas caçadas, nas margens do Sena e Oise, no outomno; em Pau e na Riviera, no inverno e na primavera em Paris, n'esse Paris que vae da praça Vandome a Longchamps.
Não tardou muito que a fôrça toda, todo o interêsse da guerra se não concentrasse n'aquelle, ja tam pacífico e ameno, agora tam desolado e turbulento valle. Eram os derradeiros dias do outomno, a natureza parecia tomar dó pelo homem dar triste e lugubre decoração de scena ao sanguento drama de destruição e de miseria que alli se ía concluir.
Reflectia o outomno na sua physionomia de sombra, vincada de traços melancholicos, que signalavam uma belleza de occaso, especie de imagem de marfim antigo, vivendo o seu crepusculo de idolo abandonado... Aquella physionomia, talhada em sombra e chamma suave, não era já o involucro, a mascara; era a mulher toda, a alma a esbater-se em luz de outomno.
A prova está na recordação d'esse poetico proverbio inglez sobre as «aguas profundas» que o meu espirito me sugeriu ó ironia no proprio momento em que pretendo contar uma aventura parisiense, succedida no outomno passado, e cuja heroina não tem, com certeza, nas veias a minima gotta de sangue britanico.
Ás vezes, uma nuvem mais densa, côr de chumbo e pesada, escurecia o firmamento, e uma chuva miudinha, como um borrifo, cahia então obliquamente. Quando passava a chuva, um pé de vento forte e rasteiro levantava em redemoinho as folhas amarellecidas do outomno, que alastravam o chão.
Por isso quando foi perto do throno da terrivel Justiça, da Immutavel, ia ainda indignada do abandono em que se afunda o Genio inconsolavel. Como os nordestes varrem pelo outomno as roseiras, assim ella implacavel, tinha varrido toda a piedade contra a dura e egoista Humanidade. Mal a viu a Justiça disse ó Fome o que é que trazes da sombria Terra? Trazes um ai do que morreu sem nome?
E como a sombra tragica da vida, Vou pelo mundo além; Enorme espectro mudo, Monstruosa presença de ninguem! Vivo sósinho e triste, assujeitado Ao meu phantasma errante e desgraçado, Em ermos de abandono; Ermos de Portugal, Onde a alma do sol divaga com o outomno N'um sempiterno idilio sepulcral.
Palavra Do Dia
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