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Vem agora a proposito narrar um pormenor curioso, que é de toda a tragedia o que mais me enternece. A misera seguia, conforme o estylo, pelas ruas populosas, amarrada ao dorso de uma besta, para ignominia propria e para licçäo do povo; mais tarde seria executada.

Ah! Ninguem responde aos meus clamores? não acho piedade nos Pastores? Misera Galatéa! A que chegaste, Depois que amor no coração geraste! Mas ah! Senão me engana a mata espessa, Hum homem para mim o passo apressa! He Pastor: quem será? Não vejo tanto, Pois me escurece a vista o grosso pranto. Será o meu bom Ácis? Se elle fôra, Huma nova alma eu concebêra agora. Ácis! Ácis!

A filha tua, a misera Indigencia, Que muda te escutou piedosas mágoas, Comtigo vem gemer, carpir comtigo A moral corrupção, que empesta o Globo. Plagas e Plagas, entre as Socias minhas, Entre as mansas Virtudes, hei vagado.

Aprenda o avarento ambicioso A ser mais liberal, mais caridoso: O que da santa, e mísera pobreza Foge, como quem foge da vileza, Veja, que o rico, o paderoso, o nobre Talvez, chegue a pedir esmola ao pobre: Esse, que as minas abre, e colhe o ouro, Julgando a vida ter no seu thesouro, Veja, que a vida, e ouro n'hum momento He como o fumo, que consome o vento: Siga os teus passos o soberbo inchado, Que julga, que a ventura tem ao lado: Olhe, que a seca o grosso rio esgota, E até com vento o cedro se derrota.

Depois mostrou-o pallido, quebrado, no fundo d'uma lugubre enxovia, no declinar da vida, envergonhado, preso pela Injustiça, e Cobardia. Pintou ao fundo tragico e assentado, na misera masmorra humida e fria, o Desespero torvo e macilento, irmão magro e infernal do Desalento.

Com ellas aprenderamos a zombar dos nossos grandes homens que então ainda davam as cartas na sociedade e na politica. Com ellas haviamos lobrigado, dentro dos seus vultos magestosos e imponentes, a estopa misera e ridicula que os enchia e atufava...

Sim: foi a Morte, foi, que lhe mostrou O que havia de belo e de perfeito Na sua escura e misera existencia, Com esse gesto descarnado e gélido Que os sorrisos apaga e que amortece Todas as vãs palavras e ironias, Derramando nas Cousas esta sombra Infinita e profunda que se chama Seriedade, Religião, Misterio... Novembro de 1912. Biblioteca da RENASCENÇA PORTUGUESA A Águia Revista mensal.

Qual vay dizendo: O filho a quem eu tinha So pera refrigerio, & doce emparo Desta canſada ja velhice minha, Que em choro acabarâ, penoſo & amaro: Porque me deixas, miſera & mezquinha? Porque de mi te vas, o filho charo A fazer o funereo enterramento Onde ſejas de pexes mantimento?

Esta noite sabes?... Lembro-me de minha mãe... Porque seria que ella me engeitou? Fóra choram. A Rata ergue-se e no corredor uma rapariguinha que a mãe pôz fóra da porta e que chora e pensa: E se eu me deitasse afogar? Dá-lhe do seu pão, reparte do seu vinho e, misera, rota, resequida, diz, pondo-lhe a mão na cabeça: Deus te crie para boa sorte... Na terra os pobres sabem ser desgraçados.

Roçada por aquellas mãos, de que um carvoeiro se envergonharia, empregada como pella, submettida a torturas, era, ainda assim, singularissimo o aspecto da triste! Dava ares d'uma duqueza que, por necessidade, houve sido levada a fraternisar com o povo. A misera mudára mais uma vez de nome!... De sr.ª D. Anna passara a ser srRosinha e tratavam-n'a por vocemecê.

Palavra Do Dia

anhon

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