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Atualizado: 26 de junho de 2025


Por differentes vezes, continuou elle, tenho ouvido falar de Macuas do Occidente em Locullo, sem que se apresentassem no local, o que tinha dado logar a mandar guerrear Machico, a fim de vêr, se, continuariam de o procurar, ou então se vinham ao local como acabava de se realisar, e por cujo successo todos se deviam congratular

D'esta reunião de noticias varias e contradictorias concluimos nós que Fernandes, sem criterio, nem ideia de legar á posteridade a lenda de Machico ou a chronica de Azurara, reuniu no seu livro tudo quanto podesse avolumal-o ou augmentar-lhe o valor, quer fosse absurdo quer não. Este livro foi, portanto, colligido como objecto de mera especulação.

Pois assim como na Africa se ficou denominando «Angra de Cavallos», ao ponto onde em 1435 os descobridores lançaram dois cavallos , para n'elles irem explorar o interior do paiz; não poderia tambem o nome de Machico, machito, ou machino ter sido dado áquella localidade da Madeira por um igual motivo?

Para que o leitor podesse fazer ideia das contradicções dos tres principaes propagadores da lenda de Machico, Mello, Galvão e Fernandes, era-lhe mister ter conhecimento integral da lenda escripta por Valentim Fernandes; mas o snr.

Azurara, Barros, Damião de Goes e ainda outros mais dizem positivamente que Tristão e Teixeira se dirigiam á Guiné ou a passar o cabo Bojador, e que foi uma tormenta que os levou á ilha de Porto Santo; sem admittirem que taes navegantes fossem em busca de uma ilha, cuja noticia viera de um captivo de Marrocos, como teem escripto alguns auctores, que acreditam na lenda de Machico.

Mas, ainda que ponhamos de parte esta ideia, a «Epanaphora» de Mello, pela sua natureza evidentemente romantica, por ser perto de dous seculos e meio posterior ao descobrimento da Madeira, e talvez tres á epocha em que se pretende dar por succedido o caso de Machico, está muilo longe de poder ter a honra de ser comparada com a chronica de Azurara, ou com as Decadas de Barros; e muito menos de poder servir para decidir o caso.

Não sabemos como é que o snr. Major, dizendo ter em seu poder os meios de restabelecer a verdade da noção historica de Machico, e julgando-a comprovada pela relação de Valentim Fernandes, nos diz no seu livro uma quarta e nova versão da mesma lenda, á qual chama extracto da que foi narrada pelo possuidor da relação original manuscripta. O snr.

Da comparação, pois, d'esta narrativa com as de Mello e Galvão resultam divergencias essenciaes, das quaes vamos notar as mais flagrantes. A narração de Fernandes differe logo ao principio da dos outros auctores, declarando que Machico saira de Inglaterra degredado por seu delicto e não fugido com uma dama nobre.

Se, pois, o illustre viajante, pondo de parte preconceitos mesquinhos e futeis puerilidades, tratando com mais afinco dos objectos em immediata relação com a sciencia, partisse de Machico com destino a estas ultimas terras, e n'ellas tratasse de investigar o que tanto prendia com o seu dever, teria sem duvida achado a chave do enigma, como seja a nascente do Riambeje, deixando por consequencia de luctar n'aquella duvida do ser e não ser, como infelizmente se veiu a realizar para a sua pessoa.

Falta, portanto, nos primeiros escriptores d'este acontecimento, base em que se funde a ligação da descoberta da Madeira por Zarco e Tristão com a lenda de Machico, que Antonio Galvão e Francisco Manoel de Mello referem no «Tractado dos descobrimentos antigos e modernos» e nas «Epanaphoras de varia historia».

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