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Atualizado: 5 de junho de 2025
Lembre-vos quando as gentes celebravão Em Grecia as grandes festas de Liêo, Onde as formosas Nymphas se juntavão, E os sacros moradores do Licêo. Todos em doce somno se occupavão Por o monte, despois que anoiteceo; Mas o deos do Hellesponto não dormia; Que hum novo amor o somno lh'impedia.
Pois he mais vosso que meu, Senhora, meu coração, Eu vosso captivo são, Meus olhos, lembre-vos eu. Volta. Lembre-vos minha tristeza, Que jamais nunca me deixa; Lembre-vos com quanta queixa Se queixa minha firmeza: Lembre-vos que não he meu Este triste coração; E pois ha tanta razão, Meus olhos, lembre-vos eu.
Lembre-vos que a tristeza é de todos; que tamanho mal foi o nosso que não tam sómente o hemos de ter, mas ainda nos havemos de consolar uns com os outros. E, pois temos a dôr para sempre, doâmo-nos, sequer, como de nós que ficamos vivos. A sepultura é devida aos mortos: hão-se de fazer as cousas necessarias; olhai que é o derradeiro dom da vida!
E passados alguns dias depois d'estes conselhos, o Infante não se esfriando em seu proposito, apartou só em uma camara o conde d'Abranches, e lhe disse: «Conde, sabei que eu sinto já minha alma avorrecida de viver n'este corpo, como desejosa de se sair de suas paixões e tristezas, e consirados os feios combates que minha vida, honra e estado cada dia recebem, com esperança de não minguarem, mas cada vez crescerem mais, certo se as cousas n'esta viagem me não sobcedem como eu desejo, e seria razão, eu todavia determino morrer e acabar inteiro, e não em pedaços, e como quer que tenho outros bons criados e servidores, que por suas bondades folgariam e não se escusariam de morrer comigo, porém em vós sobre todos tomei esta confiança, assi pela irmandade que comigo merecestes ter na santa e honrada Ordem da Garrotea em que somos confrades, como por criação que vos fiz, e principalmente pela certidão que de vossa bondade e esforço tenho ha muito conhecido, e por tanto quero saber de vós, se no dia que d'este mundo me partir, querereis tambem ser meu companheiro, e com isso lembre-vos para satisfazerdes aos primores de vossa honra, que sendo vós tão conhecidamente meu criado e servidor, e tão publico imigo do conde d'Ourem e Arcebispo de Lisboa, depois de minha morte não podeis ter vida, salvo reservada para com mãos d'algozes a perderdes em lugares vis, e com pregões deshonrados.»
Ruy de Pina, que segue os moldes de Tito Livio, pondo longos discursos na bocca dos personagens historicos, descreve d'este modo a scena intima, que se déra entre D. Pedro e D. Alvaro: «E passados alguns dias depois estes conselhos, o infante não se esfriando em seu proposito, apartou só em uma camara o conde d'Abranches, e lhe disse conde, sabe que eu sinto já minha alma aborrecida de viver n'este corpo, como desejosa de se sair de suas paixões e tristezas, e considerados os seus combates que minha vida, honra, e estado cada dia recebem, com esperança de não minguarem, mas cada vez crescerem mais, certo se as cousas n'esta viagem me não succedem como eu desejo, e seria razão, eu todavia determino morrer e acabar inteiro, e não em pedaços, e como quer que tenho outros bons criados e servidores, que por suas bondades folgariam e não se escusariam de morrer comigo, porém em vós sobre todos tomei esta confiança, assim pela irmandade que comigo merecestes ter, na santa e honrada ordem da Garrotea em que somos confrades, e como por creação que vos fiz, e principalmente pela certidão que de vossa bondade e esforço tenho muito ha conhecido, e por tanto quero saber de vós, se no dia que d'este mundo me partir, querereis tambem ser meu companheiro, e com isso lembre-vos para satisfazerdes aos primores de vossa honra, que sendo vós tão conhecidamente meu criado e servidor, e tão publico imigo do conde d'Ourem e arcebispo de Lisboa, depois de minha morte não podeis ter vida, salvo reservada para com mãos d'algozes a perderdes em lugares vis, e com pregões deshonrados.
Se o alcançastes com saber divino, Se com encantamentos de Medéa? De qu'escondidas conchas escolhestes As perlas preciosas Orientais, Que fallando mostrais no doce riso? Pois vos formastes tal, como quizestes, Vigiai-vos de vós, não vos vejais, Fugi das fontes; lembre-vos Narciso.
«Olhai, Filho, que, como muitos d'esses fidalgos riram e folgaram comvosco sendo duque, com pouco azo que lhes deis, vos perderão o respeito devido como a Rey; e, se assim fôr, dai-vos por acabado, porque a principal guarda das coroas e sceptros é o respeito... A este fim vos digo que n'estes principios não soffrais nem dissimuleis aos fidalgos mais poderosos serem desmandados contra a vossa real pessoa, e contra a lealdade que vos devem: lembre-vos que o dissimular estes crimes é dar ousadia a maiores.
Lembre-vos quantas vezes, e em quantos lugares, peleijaram nossos antecessores com estes imigos da Fé, e os venceram poucos, pois não é agora menos poderosa a mão do Senhor Deos para nos ajudar contra El-Rei Ismar, do que foi nos tempos passados para ajudar a elles, e assi outros muitos Princepes, e Senhores Christãos, em semelhantes casos, e tanto mais da ventagem de nossos imigos; deve nosso coração, e esforço quanto temos mais justas causas, e rezão de peleijar.
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