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Que visão alvissima, que fada ou sylpho é esse que desliza, rapido e volatil, por entre os alamos, e vem ao peitoril do muro, como a anciada Hero, restaurar o vigor do extenuado Leandro?... etcQuarto, e ultimo exordio: «Vou contar-vos uma historia que verifiquei nas fieis narrações de mais de vinte pessoas vivas.

E agarrado a esta inverosimelhança, tentava fugir á realidade; mas a realidade vinha a pallidez de Marocas, a alegria sincera do Leandro, tudo o que lhe dizia que a aventura era certa. Creio até que elle arrependia-se de ter ido tão longe. Quanto a mim, cogitava na aventura, sem atinar com a explicação. Tão modesta! maneiras tão acanhadas!

Do furor passou á duvida; chegou a imaginar que a Marocas, com o fim de o experimentar, inventára o artificio e pagára ao Leandro para vir dizer-lhe aquillo; e a prova é que o Leandro, não querendo elle saber quem era, teimou e lhe disse a casa e o numero.

S. Leandro fizera n'essa mudança o principal papel, e de certo a nenhum dos dous irmãos era cara a memoria de Leovigildo, grande principe, mas ferrenho ariano. Escrevendo resumidamente a historia dos godos, S. Isidoro não podia deixar de mencionar um dos factos mais importantes do reinado de Leovigildo a reforma do codigo.

Hesitou um pouco, estou que por medo, não por dignidade; mas vinte mil réis... Poz uma condição: não mettel-o em barulhos... Marocas estava na sala, quando o Andrade entrou. Caminhou para a porta, na intenção de o abraçar; mas o Andrade advertiu-a, com o gesto, que trazia alguem. Depois, fitando-a muito, fez entrar o Leandro; Marocas empallideceu. «

Andrade deu-lhe tres mil réis, e, como o visse excepcionalmente risonho, perguntou-lhe se tinha visto passarinho verde. O Leandro piscou os olhos e lambeu os beiços: o Andrade, que dava o cavaco por anedoctas eroticas, perguntou-lhe se eram amores. Elle mastigou um pouco, e confessou que sim. Olhe; vem ella sahindo: não é ella? Ella mesma; afastemo-nos da esquina.

E comtudo esse timido moço estava na idade em que esses favores se ambicionam com mais ardor do que aos trinta e cinco annos a pasta de ministro, estava na idade em que se devaneiam escadas de seda fluctuando ao sopro das auras, serenatas interrompidas por um amante cioso, amores aventurosos, mil perigos a atravessar para se obter um sorriso, uma flor, uma palavra, na idade feliz em que se inveja Leandro ao pensar quantas vezes se teria accendido o pharol de Hero antes da terrivel noite, em que a morte, envolta em horrendas vagas, segundo a admiravel expressão de Bocage, arrojou um cadaver livido aos pés da torre, em que ainda não expirára o echo dos beijos da antecedente noite.

Umas pessimas cabeças, as da passarada! E o Leandro, amigalhaço do Antonio Marques e convidado para o arroz doce, tocava os sinos todos n'um desaforo de repiques. O velho campanario tremia entre os braços da hera. A pobre igrejita enchia-se do oiro mordente que o sol enfiava pela rosacea do côro.

Na Gavea ainda fallámos da Marocas, até que as festas acabaram, e nós voltámos. O Andrade deixou a familia em casa, na Lapa, e foi ao escriptorio aviar alguns papeis urgentes. Pouco depois do meio-dia appareceu-lhe um tal Leandro ex-agente de certo advogado a pedir-lhe, como de costume, dois ou tres mil réis. Era um sugeito réles e vadio. Vivia a explorar os amigos do antigo patrão.

Realmente, deve ter sido muito bonita. Tem um ar de duqueza. Não olhou para ; não olha nunca para os lados. Vai subir pela rua do Ouvidor... Sim, senhor. Comprehendo o Andrade. Vamos ao caso. O Leandro confessou que tivera na vespera uma fortuna rara, ou antes unica, uma cousa que elle nunca esperara achar, nem merecia mesmo, porque se conhecia e não passava de um pobre diabo.