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Porque taes coincidencias em tempos distantes? Examinel-o; que em similhante exame acharemos mais um motivo para estudarmos com preferencia os quatro primeiros seculos da sociedade portugueza. A edade media foi o largo e custoso lavor da Europa para transformar a unidade do imperio romano na individualidade dos povos modernos.

Senhora! No meio d'este grande lavor de transformação social em que a Europa se debate, a braços com as ideas tempestuosas que agitam os espiritos e com os males economicos que a devoram, e que, se não legitimam as ideas de reformas absurdas, legitimam pela sanctidade de uma agonia profunda a agitação das classes laboriosas, o povo tem dado mais de uma vez documentos de ferocidade e bruteza repugnantes e terriveis. Em mais de um paiz o proletariado sempre crescente, ruge de contínuo ameaças contra a paz e ordem publicas e contra a patria, porque o pobre não sabe o que é patria, não a ama, ou antes não a tem, visto que não ha um forte laço moral que o ligue a ella por affectos ou por esperanças.

Duvido, porém, que n'este paiz em que um livro de 300 paginas representa o supremo esforço da nossa indole preguiçosa, haja quem immole trinta annos de sua existencia, e os bens do seu patrimonio, a um lavor que nas demasias do seu zelo, a critica desconceitua.

Sente-se aqui ao d'esta reliquia proseguiu o consternado ancião. Devo-lhe um lavor muito delicado: nunca o senhor me perguntou o segredo d'este craneo. Eu gosto de quem respeita a dôr alheia. Quero pagar-lhe essa fineza invocando do tumulo do meu coração o mysterio, que aqui está sepultado ha sessenta annos. Se eu me calar, no correr da minha historia, respeite o meu silencio...

A obra do Conde de Ficalho é relativamente extensa e volumosa, mórmente consideradas as prisões e distracções da côrte, em que mais ou menos esteve sempre envolvido. E, dada esta circumstancia, mais admira ainda que seja tambem, como realmente é, de tão bom e escrupuloso quilate e de tão primoroso lavor.

Porque o sentido do poeta he que n'uma cousa se aproxima ao natural o retrato da sua amada; e vem a ser, que assim ouve, e assim responde o seu pranto como se fôra o proprio original. Foi descuido, porque a mesma Rima exige que seja olvidarme. He vicio, porque o poeta não diz ás Nymphas que deixem o seu proprio louvor; mas, sim, o seu lavor; isto he, as telas que estavão lavrando.

Eu luctaria com denodo, sim, Se á lucta visse um terminus, um fim; Mas qual de vós que ha tanto batalhaes Com animo valente e sanha viva, Poude alcançar ou conseguir jámais A victoria final a decisiva? Ponto final Pediste-me um soneto delicado, Exquisito, gentil, galanteador, Feito com versos d'oiro e cravejado Com rimas de finissimo lavor.

E o Duarte Nunes, que era um pobre grammaticão sem gôsto nem graça, foi-se ás filagranas e arrendados de finissimo lavor gothico d'aquelles monumentos, quebrou-lh'os; ficaram so os traços historicos que eram muito pouca e muito incerta coisa; e cuidou que tinha arranjado uma história, tendo apenas destruido um poema.

Á porta do palacete param trens sem conta. Descem os convivas, profusamente almiscarados. No salão crusam-se os pares: elles, fragrantes, como uma rosa de Bengalla; ellas, voluptuosas e tépidas, como uma brisa do Oriente. A sala é vasta, enorme, quadrangular. A cada canto uma mesa de marmore oleosa e de difficil lavôr.

Mas o velha não tremia, antes se tinha muito direita e aprumada: o parar do seu lavor era porque o trabalho interior do espirito dobrava, de vez em quando, de intensidade, e lhe suspendia todo o movimento externo. Mas a suspensão era curta e mesurada; reagia a vontade, e a dobadoira tornava a andar.