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Devemos declarar aqui que Lauretto pertencia ao numero d'aquelles a quem a expansiva Jacintha chamava bonitos. Deixa-me, rapariga! dizia, ou antes, gritava o tenor. Um companheiro nunca incommoda! E entrou de subito na sala onde estavam Laura e Antonino. A Linda empallideceu. O visconde levantou-se, cerrando os labios, enraivecido. Lauretto fingiu não ter visto Antonino ajoelhado.

Era possivel que o tenor, mesmo em casa de duquezas, não tivesse visto um quarto tão encantador como aquelle. Jacintha por coisa alguma trahiria Laura. Em tempo, Lauretto Mina tinha tido a prova d'essa verdade. Não se arriscou, por isso, a fazer-lhe perguntas directas sobre o visconde ou sobre a Linda.

Laura estremeceu. Socegou, porém, porque no mesmo instante Jacintha abriu a porta da sala, e annunciou: O sr. dr. Despujolles. O medico cumprimentou Laura e o visconde. Lauretto Mina poucas relações tinha com o dr., e não se arriscou a ser muito familiar com elle. Disse apenas: Tenho a honra de cumprimentar o nosso excellente dr. Despujolles.

Não posso continuar vivendo comtigo uma vida que me incommodaria, mas espero e peço-te que me dês a felicidade de viver commigo a minha vida passada. Sou e serei sempre tua Laura. A fuga Laura perguntou a si mesma se fazia bem abandonando á sua sorte essa louca inconsciente, Jacintha. Pensou: Devo deixar aqui toda a especie d'affeição?

Seguidamente contou ao doutor as peripecias do seu salvamento até ao momento da morte tragica do bombeiro, em que ella de novo tinha perdido os sentidos. Quando voltei a mim, continuou Laura, estava n'uma pharmacia da rua de Peletier. Jacintha, que me tinha encontrado, soltava gritos d'alegria por me ver abrir os olhos.

Passou-lhe um braço em volta da cintura, levou-a para um canto pouco alumiado, inclinou-lhe o corpo para traz e deu-lhe um demorado beijo na bocca. Jacintha voltou para o camarim muito perturbada. O seu quarto na rua da Arcada era tão bonito! Devia haver muitas senhoras que o invejassem! Esta circumstancia foi mais uma tentação. Pois ella é que havia admirar aquella verdadeira belleza?

Durante essa terrivel semana, o meu caro visconde não teve, tanto de dia como de noite, senão uma enfermeira: Laura Linda, que apenas admittia que Jacintha a ajudasse algumas vezes na sua dedicada missão e nas vigilias longas. Está em via de cura rapida e completa, mas é necessario ter juizo, obedecendo ao seu medico como a um deus, não se mover, fallar pouco e pensar menos.

Jacintha, como dissemos, tinha por Laura uma dedicação sem limites. Far-se-ia matar pela cantora, e, se a diva morresse, ella não lhe sobreviveria por muito tempo, com certeza. O peor era que a creada não possuia apenas a fidelidade canina do irracional. As admoestações, as severidadese as irritações de Laura faziam-a chorar deveras, porque possuia um bom coração.

E gritava: «Fui eu que a matei! quero morrer com ellaForam necessarios tres homens para a segurar, levando-a á força para um posto policial. Chegada , Jacintha cahiu n'um mutismo feroz. Como não podia salvar-me do fogo, tinha resolvido lançar-se ao Sena. Mas, afinal, como e por quem foi salva? Corre sobre o caso, uma verdadeira lenda. E parece lenda, com effeito.

Jacintha, porém, recordava-se agora de certas circumstancias e d'algumas palavras pronunciadas pelo tenor. Não podia duvidar. Era Laura quem elle desejava. A Linda estava n'esse momento á discrição do insolente. E fôra ella, Jacintha, ella, que teria dado a vida pela cantora, que a entregara áquelle miseravel! Ao ter este pensamento a infeliz sentiu-se gelada de pavor.

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