Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !

Atualizado: 23 de junho de 2025


Mas, depois d'uma scena de seducção admiravelmente bem desempenhada pelo tenor, uma noite, durante um entre-acto, Jacintha foi forçada a dar-lhe todas as indicações necessarias, para que elle podesse entrar n'aquelle delicioso quarto, que para ella era um verdadeiro ninho d'amor.

Mas arrependia-se e não se emendava. A Venus antiga divertia-se, ligando-se completamente áquella humilde presa. Por infelicidade, a belleza picante de Jacintha, os seus grandes olhos pretos e brilhantes, a tez morena e fresca d'andaluza, a cintura delicada e o agradavel conjuncto de toda a sua pessoa, davam-lhe um grande numero de cumplices.

No dia seguinte, quando a creada se reuniu á cantora em Paris, Laura admoestou-a com toda a severidade, como costumava. Sem se incommodar com a torrente de lagrimas que corria pelas faces de Jacintha, e com as quaes a creada tratava lavar a falta commettida, Laura demonstrou-lhe quanto era indigno um procedimento d'aquella ordem. Disse-lhe que a devia abandonar completamente.

«Compuz hoje de manhã um cantico d'acção de graças, uma alleluia triumphante, que irei executar-te no meu violino, logo que possas receber o teu mais humilde admirador. Remissy». A diva resolveu responder sem perda de tempo ao violinista, convidando-o a almoçar no dia seguinte. Chamou para isso Jacintha, a sua creada de quarto, pedindo-lhe o necessario para escrever.

Não, senhor; está muito criança, não consinto. Mas reflicta... Não reflicto, não quero. Chegou á casa irritado e aterrado. A sobrinha afagou-o tanto para saber o que era, que elle acabou contando tudo, e chamando-lhe esquecida e ingrata. Jacintha empallideceu; amava os dous, e via-os tão dados, que não imaginou nunca esse contraste de affeições.

Laura e Antonino podiam contar com a dedicação e a discrição da creada. Ella bastaria para servir á meza e para vestir a cantora. O visconde mandou mobilar para Jacintha o outro quarto da casa. Como a ornamentação não destoasse da restante, Jacintha, satisfeitissima, declarou que nunca tivera quarto mais bello.

A viscondessa impoz silencio ás curiosas perguntas que Jacintha lhe fazia sobre o concerto, e disse á creada que se retirasse logo que lhe despiu o vestido que levara para o concerto, substituindo-o por um outro, de trazer por casa. Depois foi, apesar da humidade da noite, encostrar-se ao parapeito da janella aberta. Ao longe, o mar, tão tempestuoso na vespera, estava sereno como um lago.

Então transpôz o corredor, abriu a porta do quarto de Laura, e entrou. Jacintha, que recuperara os sentidos, viu e comprehendeu tudo. O miseravel armara ardilosamente aquelle laço á sua fraqueza, e ella cahira estupidamente, como uma ingenua. Não era por ella, mas por Laura, que elle ali fôra. A Linda, é claro, não tornara a sua creada de quarto confidente das impertinencias de Lauretto.

Nada era mais simples, mais facil, mais seguro. Foi assim que, na noite de que fallámos, Lauretto Mina estava ás tres horas e meia da madrugada no quarto de Jacintha. Áquella hora a creada dormia profundamente. Lauretto levantou-se sem fazer ruido. Sobre a meza da cabeceira estava acceso um candieiro. O tenor tirou uma navalha da algibeira, abriu-a, e cortou os cordões d'um reposteiro.

Ao quarto, como os visitantes rareassem, a porteira respondeu á pergunta d'Antonino: A senhora vae melhorando, mas não poderá receber ninguem antes de dois ou tres dias. E advertida por Jacintha, segundo instrucções de Laura, accrescentou: O sr. quer ter a bondade de me dizer o seu nome? Antonino respondeu em tom breve. Visconde de Bizeux. N'esse caso, disse a porteira, o sr. visconde pode subir.

Palavra Do Dia

duramos

Outros Procurando