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Atualizado: 1 de junho de 2025


Quando eu corria veloz por estas, e outras muitas cogitações, e me estava namorando, qual outro Narciso, o amigo Sanches estava a contas com a segunda arte, cujo titulo era Novo Compendio da Grammatica Latina, &c. Coimbra.... Anno de 1796. Como insulta, dizia, nesse arrogante Prologo a todos os Grammaticos! Como se vale de Despauterio! Mas quede a sua Grammatica Filosófica, que promette?

Abrí o bico, dizendo: Aonde estaõ aquelles defunctos, que nem foram Grammaticos, nem Professores de ler? Em quanto Sanches me satisfazia, puxou Teive de huma luneta, e olhando para além do rio, entrou a rir como hum perdido. Aqui me obrigou a fazer segunda pergunta; porque em similhantes occasiões tem muita desculpa a curiosidade.

Naõ me foge ser este presente bem digno da minha amada patria, e confio, que ella naõ rejeite as provas mais sinceras do meu affectuoso coraçaõ; ainda que por outra parte naõ desconheço mais quereria, que eu a mettesse de posse da dita ilha; mas naõ podendo ser a sua conquista senaõ depois da morte, lhe dou o que cabe em a minha alçada: isto he, lições mui precisas, que a benignidade de Crates Mallotes, e de outros Grammaticos fallecidos muito me recommendou; e as quaes eu terei sem algum rebuço, e com a mesma franqueza de vos manifestar; por ter lido isto expressamente mandado, como vereis, por gente da outra vida, com quem naõ se deve brincar; por ser contra o meu decóro naõ pizar a feia, e çuja lisonja com os mesmos pés que correram pelas ingenuas provincias da eternidade.

Eu andei abraçado com hum pedaço de mastro, dois dias, segundo penso, feito boia; no fim dos quaes cheguei quasi defuncto áquella parte da ilha dos Mortos, que os Grammaticos habitam. Naõ sei dizer como ahi apportei; porque me lembro de resuscitar no meio dos Grammaticos, que morreram, cuja caridade, e benevolencia vou apregoar para confusaõ dos ingratos de que o mundo está cheio.

Mas os Grammaticos Portuguezes, de quem muito nos prezamos, e os Hespanhoes, querem, que tu dívulgues as nossas lições em Portugal; naõ por necessitar mais dellas, do que as outras nações, mas porque ainda ha muitos sabios, a quem haõ de ser bem gostosas. Naõ temas nada: tudo o que disseres, he nosso, que nos lastimamos muito dos destemperos da humanidade.

Pela destruição do Imperio Romano do Occidente, e pela fundação das Universidades no Seculo XIII, ficaraõ os Grammaticos ou Humanistas excluidos das honras e dos premios com que foram decoradas as quatro Faculdades; e ainda que no XV e XVI seculo Lourenço Vala, Angelo Policiano, Joviano Pontano em Italia, e outros muitos por toda a Europa, como Erasmo, Luiz Vives, Turnebo, e os nossos Gouveas illustraraõ as letras humanas, sempre os Mestres das Lingoas Latina e Grega ficáraõ excluidos daquellas honras, e emolumentos das Universidades, e principalmente depois que se erigiraõ as Escolas gratuitas das Ordens Regulares.

Sou pois de parecer que a primeira das tres causas da pedantaria, que tu, ó Teive, taõ eruditamente expozeste, seja tratada por Marco Fabio Quintiliano; a segunda por Elio Antonio Nebrixa: a ultima por Francisco Sanches Brocense; pois que foi, e será sempre a honra dos escritores Grammaticos: com tudo qualquer dos outros poderá fallar em tempo competente para deleite deste respeitavel congresso.

Eu desempenharei, diz Despauterio, a tua commissaõ, nem outro melhor para isso acharás. Callai-vos, repondeu Mallotes, todos sabem que fostes hum gritador contra todos os Grammaticos de teu tempo, quando a tua Arte he hum cahos muito similhante á massa informe, que existia Ante mare & terras.... O Francez vaidoso ficou fazendo trejeitos; mas por entaõ ficou callado.

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