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Atualizado: 6 de junho de 2025
João Gouveia parou, de bengala ao hombro, considerando o fidalgo com um sorriso divertido: Nas Correspondencias? Que lhe tem você dito nas Correspondencias? Que o Snr. Governador Civil é um despota, e um D. Juan?... Meu caro amigo, todo o homem gosta que, por opposição politica, lhe chamem despota e D. Juan. Você imagina que elle se affligiu? Ficou simplesmente babádo!
João Gouveia manquejava, aperreado por umas infames botas novas que n'essa manhã estreára. E descançaram um momento no bello banco de pedra que o pae de Gonçalo mandára collocar, quando Governador Civil d'Oliveira.
Mas em Lisboa?... Esses «amigos estimabilissimos» de que se ufanava o pobre Sanches, o D. João não sei quê, o pomposo Arronches Manrique, o Philippe Lourençal com o seu cornetim?... Algum de certo a attacára talvez o D. João, por dever tradicional do nome. E ella?... Quem o informaria sobre a historia sentimental da D. Anna? Depois, ao jantar, de repente pensou no Gouveia.
Vou acabar por aqui, antes, porém, devo dizer que Francisco Gouveia é um d'estes rapazes insinuantes, com quem se sympathisa logo que se falle com elle uma vez. Modesto em extremo, é um trabalhador de verdadeiro merito, e um espirito lucidissimo.
Você é portanto mais fidalgo que o Rei! E então, isso não é uma situação muito superior á do Lucena? Sem contar a intelligencia... Oh! diabo! Que foi? A garganta... Uma picadita na garganta. Ainda não estou consolidado. E decidiu logo recolher, gargarejar, porque o Dr. Macedo prohibira as noitadas festivas. Mas Gonçalo acompanhava até á porta o amigo Gouveia.
Por isso, como um fanatico pela Arte eu accorri ao Salão da Photographia Guedes a vêr os trabalhos, já para mim conhecidos de nome, do nosso querido concidadão Francisco Gouveia. Que este artista, como todos os bons esculptores portuguezes, tambem é filho do Porto.
Então João Gouveia abandonou o recosto do banco de pedra e teso na estrada, com o côco á banda, reabotoando a sobrecasaca, como sempre que estabelecia um resumo: Pois eu tenho estudado muito o nosso amigo Gonçalo Mendes. E sabem vocês, sabe o Snr. Padre Sueiro quem elle me lembra? Quem? Talvez se riam. Mas eu sustento a semelhança.
Á sahida, acompanhado pelo Titó, pelo Gouveia, pelo Manoel Duarte, por outros socios, encontraram o Videirinha que não pertencia á Assembleia, mas rondava, esperando o Fidalgo para lhe lançar duas trovas do Fado, improvisadas n'essa tarde, em que o exaltava acima dos outros Ramires, da Historia e da Lenda! O rancho quedou no chafariz. O violão gemeu, com amor.
Barrôlo, depois o Gouveia, até Gracinha, todos o proclamaram «um horror.» Aquella perfeita rapariga, de pelle tão côr de rosa, de cabello tão côr d'ouro, amarrada ao Teixeira de Carredes, um patriarcha carregado de netos... Que desastre!
E Gonçalo bracejava, de novo protestava quando o violão resoou no corredor, com as patadas bem marchadas do Gouveia, e o Fado recomeçou, mais meigo, mais glorificador: Velha casa de Ramires, Honra e flor de Portugal!
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