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Atualizado: 5 de outubro de 2025
A princeza Mercedes, no palacio de Aranjuez, remirando, n'um encantamento de felicidade e de surpresa, os brindes maravilhosos que de toda a parte lhe mandavam: o rei, uma corôa de brilhantes, um pendant, de Froment Maurice, um bello camapheu antigo com uma allusão mythologica; Izabel II, um manto de velludo, estrellejado de ouro, acolchoado de arminhos; D. Francisco de Assis, uma corôa real constellada de diamantes, um raio de sol cinzelado em diadema.
Pela terceira vez falaste no Nome Santo, tu, paisano, e com ele quebraste o encantamento!... Graças! Graças! Graças!...
Apenas Inigo expirou, desfez-se o encantamento. D. Moço buscou Auzenda. Encontrou-a, mas sem vida! Levaram-a os monges á capella, puzeram-lhe na cabeça uma corôa de cecens, e a terra comeu de quinze annos a formosura mais invejada das Hespanhas. D. Moço, desde esse dia, não viveu. A saudade matou-lhe a alegria, a esperança, e a juventude. Nunca mais vestiu armas. O que iria pedir ás batalhas?
A inspiração do poeta é nobre e ousada, porque é dirigida pelo carinho tutelar da belleza e da humanidade. Elle faz da sonoridade das palavras a escolha mais rythmica, mas quando essa phonetica obedeça doutamente á minucia exigente do seu espirito raro d'estylista alexandrino, ornado, expandido nas bellas lettras. A sua Arte é toda harmoniosa d'ironia; d'essa ironia, d'essa deidade antiga forçando a intelligencia a perdoar aos homens a sua presença ruidosa e feroz, para a posse da mais gentil das coragens: sorrir! Então António Botto não faz da eterna ignorancia uma tortura, mas uma suave piedade. Dentro do mysterio Universal: do seio que sente e concebe, da semente que germina e emsombra, nada será espantoso, nada será extranho. As combinações abstractas o poeta cede as combinações sensiveis; a emoção pura, a sensibilidade consciente, a toada muzical e branda. A sua tranquilla acceitação dos dilêmas ímmutaveis pairando na vida, a sua comprehensão logica, a sua natural intuíção, animam-nos d'um prazer juvenil ao fallar do Artista e das suas Canções. Cantam ellas a tréva do saber mesquinho dos homens, a illusão d'onde nascem as angustias para a posse das venturas, a amizade nos peitos como desenhos pueris na superficie das aguas. Cantam dôces crepusculos, onde o Ideal, na solidão e na morte, é sempre perfeito porque fóge como os Sóes. São canções onde a angustia é uma elegia de condescendencias. O homem nascendo para acreditar e para servir, o seu fanatismo vibra não das verdades mais demonstradas, mas, das illusões mais bellas. Essa illusão é a Arte, essa Arte uma dôce ironia de confôrto bello. E o homem vae sempre imaginando e soffrendo. Entre Platão e Phidias, Lucrecio e Virgilio, os Medicis e Miguel-Angelo, Luiz XIV e Racine, Goethe e Beethoven, existe a mesma comunhão de luminosidade divina, onde Jesus e São Francisco d'Assis, passam amenamente, para fazer reinar no coração dos homens uma esperança sem fim e um encantamento sem verdade. Cantar a bondade ou a belleza humana, é reconsiliar a humanidade com a sua impudicia e o seu egoismo. Impudicia e egoismo, perduraveis razões de todo o sêr humano!
Mas o peior era dizer-lhe a consciencia que, mau grado seu, a tactica tivera effeito. A prevenção hostil, de que á força queria armar-se, não era talisman bastante forte para o livrar de encantamento. Isto principalmente o indignava, sem a si proprio o confessar.
Talvez se desvanecesse o encanto e a vazia realidade o aguardasse para o punir! A razão de D. Luiz não podia formar juízos sobre o que se estava passando. A mão tremula, que se estendeu para abrir a porta do quarto mysterioso, pendeu desfalecida, e o velho permanecia immovel no patamar, subjugado pela força d'aquelle encantamento.
Apertava comnosco o vago receio que nos dá a solidão nas longas horas da charneca alemtejana, aggravado pelo sol canicular que sobre nós cahia a prumo. De repente, ao dobrar uma volta do rio, surge como por encantamento, desconhecido dos marinheiros, o largo e alto festão, que promettia sombra deliciosa para o descanço de meia hora. Foi assombrosa a nossa alegria.
Agora mesmo, agora quando esse D. Quixote de donzellas cincoentonas voltar mal-ferido da sua justa cortez, farei como Altisidora, ousarei pôr de parte o pudor feminino para lhe dizer «Amo-te» e para o consolar com essa palavra só do encantamento da nova Dulcinéa. E a travessa rapariga, desatando a rir, desceu a escada que ia ter ao jardim.
O palacio do deus do mar, no abysmo das ondas, com as suas paredes de renda de coral, com os seus pomares de folhas de esmeraldas e fructos de perolas e rubis, e os seus peixes de escamas prateadas e olhos de brilhantes, e os seus dragões de caudas de oiro fino, não pertencia á terra, era do mundo dos prodigios, regia-se pelas leis do encantamento; um dia, dos seus dias, valia por muitos annos, dos nossos annos; e assim, sem que Urashima o suppozesse, seculos sobre seculos haviam passado sobre a terra, matando, destruindo, transformando, arrastando as coisas e os individuos á fatalidade dos destinos, ao aniquilamento, ao pó, ao nada, surgindo das ruinas outros aspectos e outros seres...
O amor e o culto da vida presente bem o revelaram na sua religião sem mysterio e sem au delá, na sua paixão pela belleza plastica, na sua sêde de serenidade e de alegria, no seu antagonismo ingenito com a doença, com as miserias physicas ou moraes, no seu encantamento absoluto, e que é para nós immoral mas que para elles o não era, deante do corpo nú, representação suprema da força, da graça, da saude e da belleza...
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