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Atualizado: 28 de julho de 2025


El-Rei se partiu de Cintra no começo d'Outubro de mil e quatrocentos e quarenta e sete para Lisboa, d'onde por suas cartas mandou vir á sua côrte o duque de Bragança, de que o conde d'Ourem seu filho mostrou a El-Rei para seu conselho e serviço grande necessidade, e o aviso secreto que o duque de seu filho houve, foi que viesse mais em auto de guerra que de paz; porque tinham commovido El-Rei para ir logo sobre o Infante D. Pedro.

E assi o sabia entoar, que todo o que queria imprimia á sua vontade na molle e nova edade d'El-Rei, e por aviamento d'este se foi El-Rei vêr com o conde d'Ourem a Torres Novas.

E sendo certificado que o Infante D. João seria com elle bespora de Natal, lhe leixou a villa para seu aposentamento. E na ribeira de Seda se foi alojar no campo, onde os Infantes e conde d'Ourem e conde d'Arrayollos, com outros senhores e fidalgos do conselho se viram.

Mas o duque seu padre, e o conde d'Ourem seu irmão anojados muito de seu proposito, não o podendo d'elle desviar faziam com El-Rei que em muitas cousas o desfavorecesse. Especialmente não o ouvindo as vezes que o conde requeria e desejava.

Ruy de Pina, que segue os moldes de Tito Livio, pondo longos discursos na bocca dos personagens historicos, descreve d'este modo a scena intima, que se déra entre D. Pedro e D. Alvaro: «E passados alguns dias depois estes conselhos, o infante não se esfriando em seu proposito, apartou em uma camara o conde d'Abranches, e lhe disse conde, sabe que eu sinto minha alma aborrecida de viver n'este corpo, como desejosa de se sair de suas paixões e tristezas, e considerados os seus combates que minha vida, honra, e estado cada dia recebem, com esperança de não minguarem, mas cada vez crescerem mais, certo se as cousas n'esta viagem me não succedem como eu desejo, e seria razão, eu todavia determino morrer e acabar inteiro, e não em pedaços, e como quer que tenho outros bons criados e servidores, que por suas bondades folgariam e não se escusariam de morrer comigo, porém em vós sobre todos tomei esta confiança, assim pela irmandade que comigo merecestes ter, na santa e honrada ordem da Garrotea em que somos confrades, e como por creação que vos fiz, e principalmente pela certidão que de vossa bondade e esforço tenho muito ha conhecido, e por tanto quero saber de vós, se no dia que d'este mundo me partir, querereis tambem ser meu companheiro, e com isso lembre-vos para satisfazerdes aos primores de vossa honra, que sendo vós tão conhecidamente meu criado e servidor, e tão publico imigo do conde d'Ourem e arcebispo de Lisboa, depois de minha morte não podeis ter vida, salvo reservada para com mãos d'algozes a perderdes em lugares vis, e com pregões deshonrados.

E finalmente foi acordado que d'estas seguisse a parte que ao Infante D. João melhor parecesse; porque era de crêr que á sua seria o Infante D. Anrique e o conde de Barcellos, e assi seus filhos os condes d'Ourem e d'Arrayollos. Como o Infante D. Pedro e o Infante D. João ambos se viram e fallaram sobre o Regimento

E depois de despedir com mercês e mui graciosas palavras aquellas pessoas que n'esta jornada o vieram servir, e que por então não houve mester, se partiu caminho d'Abrantes, e com elle o conde d'Ourem. E o Infante D. João se tornou para a cidade d'Evora. Como o Infante D. Pedro e o Infante D. Anrique se foram a Lamego para passarem entre Doiro e Minho.

E finalmente sendo todalas pessoas ordenadas, e navios e cousas prestes para a partida da Imperatriz, uma segunda feira XXV dias d'outubro ante de embarcar e se meter no mar, ordenou El-Rei que fossem todos ouvir missa á , para onde El-Rei foi diante com a Imperatriz, e após elles a Rainha, e com ella o Infante D. Fernando, e logo a Infante D. Caterina que levava o Infante D. Anrique, e após ella a Infante D. Joanna com que ia o marquez d'Ourem, e estas pessoas reaes foram todas a cavallo, e a outra gente que era muita e mui nobre, assi homens como mulheres foram todos a .

E o Infante D. Pedro, porque do Infante D. João não ficara outro herdeiro barão, fez com El-Rei que proveu logo do Oficio de Condestabre a D. Pedro seu filho maior, e o conde d'Ourem fundando-se em razões que não provou, enviou pedir a mesma denidade ao Infante D. Pedro seu tio, dizendo-lhe, «que o seu avô o conde Nuno Alvares Pereira houvera este Oficio, para si e para todolos que d'elle decendessem.

O duque de Bragança, e conde d'Ourem, e o Arcebispo de Lisboa com outros de sua valia, não ficaram sem grande paixão de ser o Regimento do reino outra vez tornado ao Infante D. Pedro, e o duque publicamente por Gonçalo Pereira, que se dizia das armas, o contrariou nas côrtes por uns apontamentos que a ellas enviou.

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