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Para quem de mergulho no mar bravo Os ramos de coral vou arrancando, Senão para a formosa Lemnoria, Que co'hum riso a vida me daria?

Agora s'apparelha Para a batalha; agora remettendo; Agora s'aconselha; Agora vai; agora está tremendo; Quando ja de Cupido Com nova setta o peito vio ferido. Remette o moço logo Para ond'estava a chamma sem socêgo; E co'o sobejo fogo Quanto mais perto estava, então mais cego: E cego, e co'hum suspiro, Na formosa donzella emprega o tiro.

E eu que segredo quero Co'hum criado de meu pae? E vós, mana, fazeis fero? Ao diante vos espero, Se adiante o caso vae. O madraço! quem o vir Fallar de siso co'ella... Então vós, gentil donzella, Folgais muito de o ouvir? Si, porque me falla nella; E eu como ouço fallar Nella, como quem não sente, Folgo de o escutar, para lhe vir contar O que della diz a gente; Qu'eu não quero nada delle.

na Botica da terra Elle hia as noites passar Com o Cura, e mais pessoas, Que alli vinhão palestrar. N'huma noite huma questão Se moveo co'hum Estudante, Em que elle se foi metter Por atrevido e ignorante. Instava sem reflexão Dizendo: He que me faltava; Se por ter aberto livros Vossa Mercê me encovava.

De modo que se cahe o pensamento Em alguma fraqueza, de contente, He porqu'este segredo não conheço. Assi que com razões não tãosomente Desculpo ao Amor de meu tormento, Mas inda a culpa sua lh'agradeço. Por esta mereço A graça qu'esses olhos acompanha, E o bem do doce riso. Mas ah! que não se ganha Co'hum paraiso, outro paraiso.

Anda a Dona da casa sem descanço Dando por toda a copa o seu balanço; Se de humas cousas tem, ha de outras falta; No aparelho o gatinho ás vezes salta; O estrondo, que elle faz, ouve-se fora, Parte á cozinha em sustos a Senhora: seis, ou sete chavanas quebradas, E por desgraça são das emprestadas. co'hum páo na criada, e mais no gato; Põe-se a moça a chorar, juntando o fato.

Eu, trazendo lembranças por antolhos, Trazia os olhos n'ágoa socegada, E a ágoa sem socêgo nos meus olhos. A bem-aventurança ja passada Diante de mi tinha tão presente, Como se não mudasse o tempo nada. E com o gesto immoto e descontente, Co'hum suspiro profundo e mal ouvido, Por não mostrar meu mal a toda a gente,

Em todo povoado e companhia, Sendo ausentes de si, se vem presentes Com quem lhes pinta sempre a phantasia. Co'hum certo não sei que andão contentes, E logo hum nada os torna, ao contrário, De todo ser humano differentes. Oh tyrannico Amor, oh caso vario, Que obrigas a hum querer que sempre seja De si contínuo e aspero adversario!

Sôbre este não errado pensamento Do medo de perder seu senhorio, Novo discurso tinha e novo intento, Com que se achava mais medroso e frio. Estranhava o fazer ajuntamento Da catholica filha co'hum gentio; Pois nem a Lei de Christo o permittia, Nem Ursula fiel o admittiria.

Quão contrário parece na beldade, Que os corações captiva com brandura, Alguma nódoa haver de crueldade! Quão contrário parece em formosura, Que deixa muito atraz quanto he humano, Esquiva condição, ou alma dura! Quão mal parece em quem co'hum engano Póde dar vida ao coração sujeito, Dar-lhe, em lugar de vida, hum mortal dano!

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