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Ouvi louvar-te, num concerto vario, Montanhas, mares, flôres e arvoredos, Que do meu peito, como d'um sacrario, Confiaram seus intimos segredos! Louvam-te as aves; louvam-te as creanças, E os velhos que não teem fogo nos lares, Buscando a doce luz que tu lhes lanças, Como a imagem de Deus junto aos altares!

Ilhas descubro, altissimas montanhas, De cujas frentes escabrosas desce A luz reflexa, que da Terra eu vejo, Luz que lhe empresta o fulgurante globo, Origem della, e do calor origem. Seu móto vario, e desigual contemplo Com que mostra em seu gyro incerto o rosto; Talvez proceda da diversa, e forte Visivel atracção do Sol, e Terra, Do eixo obliquo em que se agita, e móve.

Mas o velho tyranno solitario, De coração austero e endurecido, Que um dia, de enjoado ou distrahido, Deixou matar seu filho no Calvario, Sorrio com rir extranho, ouvindo o vario Tumultuoso côro e alarido Do povo insipiente, que, atrevido, Erguia a voz em grita ao seu sacrario: « Vanitas vanitatum! (disse).

Eu, que cometo insano e temerário, Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego, Por caminho tão árduo, longo e vário! Vosso favor invoco, que navego Por alto mar, com vento tão contrário, Que, se não me ajudais, hei grande medo Que o meu fraco batel se alague cedo.

Ella, porque do Amor se avantajasse Na pena a que elle me reduzio, O que para ninguem se consentio, Para mim consentio que se inventasse. Eis-me aqui vou com vário som gritando. Copioso exemplario para a gente Que destes dous tyrannos he sujeita; Desvarios em versos concertando. Triste quem seu descanso tanto estreita, Que deste tão pequeno está contente!

Eu que commetto insano e temerario Sem vós, Nymphas do Tejo e do Mondego, Por caminho tão arduo longo e vario! Vosso favor invoco, que navego Por alto mar com vento tão contrario, Que, se não me ajudais, hei grande medo Que o meu fraco batel se alague cedo.

MARIA em tom profetico: Que dorme inanimado O insecto no casúlo; ao sepulcro sombrio Elle proprio deu forma, urdindo-o, fio a fio, Vagaroso, em silencio, estranho ao mundo vário, Como o trabalhador que não requer salário E que tem por fim realisar o plano De ha muito concebido. Em vão o olhar humano Procura descobrir o que existe no centro Do casúlo: o misterio é silencioso dentro.

Bem se vio com Bersálio, e com Laurénio Seu inconstante, seu voluvel genio: no mais desprezivel dos Pastores He capaz de empregar seus vis amores, Nunca soube escolher, tudo lhe agrada, E inda que astutamente infatuada Faça crer aos Amantes o contrario, He sabido seu caracter vario.

Em todo povoado e companhia, Sendo ausentes de si, se vem presentes Com quem lhes pinta sempre a phantasia. Co'hum certo não sei que andão contentes, E logo hum nada os torna, ao contrário, De todo ser humano differentes. Oh tyrannico Amor, oh caso vario, Que obrigas a hum querer que sempre seja De si contínuo e aspero adversario!

Nós somos como rios que descendem De varia serra, e em vario leito correm: Mas, que importa? essas serpes tortuosas, Após rodeios mil, após mil voltas, Vão todas dar no mar; some-as o Oceano. Que importa a crença varia e o vario affecto? Este laço de amor a todos une: Existe um Deus que é Pae; somos seus filhos. Coimbra, Maio, 1861.

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