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Atualizado: 19 de junho de 2025
E no anno de mil e quatrocentos e cincoenta e sete annos, veiu a estes reinos por delegado do Papa Calisto, um Bispo de Silves português, homem de bom saber e grande autoridade, que a El-Rei trouxe a Cruzada contra os turcos, com grandes e piedosas graças e perdões da Sé Apostolica, assi como sobre o caso foram outros a outros reinos e provincias de christãos.
Porém, se o descuido ou proposito deixa ao alvedrio de quem lê imaginar as qualidades corporaes de um sujeito importante como Calisto Eloy, bem póde ser que a intuição engenhosa do leitor adivinhe mais depressa e ao certo a figura do homem, que se lh'a descrevessem com abundancia de relevos e rara habilidade no estampal-os na phantasia estranha.
Calisto Eloy defendeu-se froixamente, allegando que as mudanças exteriores não faziam implicancia ás faculdades pensantes; e ajuntou que, sciente de que tinha sido incentivo da mofa entre os seus collegas, á conta da simpleza um tanto anachronica dos seus costumes, entendera que a prudencia o mandava viver em Lisboa consoante os costumes de Lisboa, e na provincia, segundo o seu genio e habitos aldeãos.
Ás duas horas, pois, bateu Calisto á porta da visinha, e, como ella lhe fallasse, exprimiu elle a sensação imperativa, que o levou alli, por estes termos: Sr.^a D. Thomazia, ha por ahi alguma coisa que se coma? Não ha nada feito; mas eu vou fazer chá, sr. Barbuda, e o que v. ex.^a quizer. Olhe se me póde frigir uns ovos com presunto volveu elle. Pois lá vão ter d'aqui a pouco.
Como assim?! atalhou Calisto, retendo uma lasca de presunto entre os dentes molares, pois ella não é a viuva de um tenente general, que naturalmente havia de morrer velho? Póde ser que elle morresse velho; mas a viuva o mais que póde ter é trinta annos. E com que então galante?
Calisto saltou da cadeira n'um empuchão de raiva, e passou á sala immediata, gesticulando com phreneticos sacões de braços. Que diabo vim eu aqui fazer? dizia entre si o desesperado. O demonio da expiação já andava ás cavalleiras do homem. A saudade de Iphigenia era uma serpente de fogo que lhe abafava os respiradouros das goelas. *Vence o demonio! choram os anjos!*
Calisto Eloy dobrou a carta vagarosamente, e disse de si para comsigo: Pobre mulher! já me sinto enfadado com as tuas cartas... Já as tuas sinceras babozeiras me incommodam e enjoam!... Agora vejo que tu eras quasi nada na minha vida.
O adoravel dominicano, pelo que diz da alegria que influe no animo um vestido em folha, enganou-se a respeito de Calisto Eloy. O homem dava ar de quebranto e melancholia, salvo se o jubilo se lhe introvertera ao coração. Creio que era isto. Era o amor abscondito a magoal-o docemente. E a não ser o amor, o que poderia ser senão as calças de xadrez?
Iphigenia attentou na pertinacia do homem, e contou ao primo Calisto, gracejando, a tempestade amorosa que lhe andava imminente na pessoa d'aquelle sujeito. Assomaram differentes côres ao rosto do morgado. Quizera elle dissimular o sobresalto com o sorriso: mas a rubidez sanguinea dos olhos, se o dramaturgo inglez a visse, arranjaria d'aquelle aspeito feroz assumpto para mais scelerado preto.
Era opinião geral que o deputado de Miranda, desgostoso do governo e da opposição, se retirara, convicto da fraqueza de seus hombros contra o colosso, que tombava sobre o desangrado Portugal. As gazetas realistas indigitavam Calisto como exemplo de peito illustre e invulneravel no marnel de febres podres em que ardiam e patinhavam miseraveis ambiciosos.
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