United States or Brazil ? Vote for the TOP Country of the Week !


Em Inglaterra, mesmo, os optimistas consideram a insurreição quasi inevitavel para os frios do outomno. E o honesto John Bull prepara-se: o ministro do interior está em Dublin, e é eminente a declaração da lei marcial... N'este ponto, radicaes e conservadores são unanimes: se a Irlanda se levanta, que se esmague a Irlanda!

O pobre diabo, posto que provavelmente acreditasse que nenhum de nós o entendia, pensava por certo que, nova especie de Orpheu, bastavam os sons das suas palavras harmoniosas para nos arrebatarem e extasiarem, a nós selvagens da Europa, como com tanta graça e verdade denominam os escrevinhadores de John Bull os habitantes da Peninsula!

Bons espiritos, em Inglaterra, dizem ser este um grande perigo pois que na India ha cincoenta milhões de mahometanos. Eu não creio, porém, que haja aqui motivo para John Bull empallidecer. E lamento-o!

Sómente John Bull declara que o seu coração ha-de chorar emquanto a sua mão castigar... Excellente pae!

Ha alguem ahi assaz ingenuo para suppôr que John Bull, essa torre de senso pratico, consentiria em que se lhe dizime o exercito, em que se lhe gaste o dinheiro como elle gasta a agua das fontes, em que se lhe augmente o income-tax para que o Khediva, esse amavel moço, continue a fumar o narghilé do poder sob as sombras dos jardins de Choubra?

Onde está a famosa self-possession da Inglaterra, a sua tranquilla dignidade? John Bull tornou-se Ferrabraz. Ora uma muito velha banalidade ensina-nos que não ha verdadeira força sem serenidade e que sem modestia não ha verdadeira grandeza. Os jornaes inglezes d'esta semana têm-se occupado prolixamente do Brazil.

Para Hespanha vão muito uns vinhos infernaes, Um veneno explosivo e forte que produz Um delirio tremente o General Narvaes, E um vomito de sangue o cura Santa Cruz. Portugal quer vinagre. A Italia quer falerno. Veuillot quer agua-raz que ponha a lingua em braza. E John Bull, por exemplo, um pouco mais moderno, Manda ao diabo a botica, e faz a droga em casa.

Mas o sentimento é curioso e raro: e seria um espectaculo maravilhoso vêr, no proximo inverno, John Bull percorrendo a Irlanda, cheio de ferocidade e afogado em ternura, com os olhos a escorrer de lagrimas e a sua bayoneta a pingar de sangue... Ainda as fataes necessidades de um grande imperio! Volto ao meu desejo: um quintalejo, uma vacca, dois pés d'alface... E um cachimbo o cachimbo da paz!

Afigura-se-nos que a supposta falta d'um commissionado em Inglaterra, que dissesse ao João Bull, ou a Lord Palmerston, que a Junta do Porto não queria fazer banca-rota, não pôde ser relevada no tribunal do Snr. D. João! Custa a acreditar que se fizesse semelhante censura. Pois quem ha ahi que ignore, que a Junta nomeou seu encarregado de Negocios na Côrte de Londres o Exc.^mo Snr.

Foi considerado então como o instrumento da grandeza exterior da Inglaterra, como o homem que a fazia dominante e temida, que mantinha alta e reluzindo terrivelmente aos olhos do mundo a espada de John Bull.

Palavra Do Dia

sentar-nos

Outros Procurando