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Atualizado: 8 de junho de 2025
O automóvel deixára a larga avenida marginal e subia agora uma pequena rampa, empedrada a paralelipípedos, sulcada de rails e tomada a todo um lado por um maciço casarão banal, atijolado e de balcões em arcaria, de comesinho aspecto colonial, sem vôo, sem majestade. O Azeredo aclarou: Aqui tens a chamada Casa do Govêrno... La Casa Rosada.
Deve ser encantadora aqui a vida. O Saavedra sorriu, num jubiloso estremecimento de vaidade. Enquanto, tocando-lhe na espalda, o Azeredo: E os seus favoritos hoje?... Agora, no handicap? Não corre nenhum produto de marca... ché, cá dos meus. Não me interessa. Bem, e a seguir, no clássico Montevideo? Oh, bem fácil... A vitória seguramente vai ser de Packoy. Tambêm vou por êle, sim.
Porêm desta vez Jorge, delicado e comedido, não querendo ferir os machucados brios do Azeredo como prático do turf, celebrou com moderado entusiasmo o seu triunfo. Faltavam ainda duas corridas; porêm o Silveira de relógio na mão, tomado dum vago embaraço, arriscou que não podia demorar-se. O Azeredo, que estava ao facto do compromisso galante por êle tomado na véspera, desculpou-o.
Mais ou menos o mesmo severo aspecto revestiram, no dia seguinte e quando inteirado do sucedido, os repreensivos comentários do Azeredo, que duramente increpou o amigo. Afinal havia caído na mesma estupidez de sempre! E p'ra quê, no fim de contas?... Porque não soubera reprimir-se, atalhar o mal a tempo, furtar-se, desertar, reagir?
O Azeredo, mal que viu o amigo, ergueu-se de salto a abraçou-o efusivamente. Oh, João! meu grande vadio... Finalmente! Cuidei que te ficavas por lá... E numa palmada cordeal sôbre o ombro, indicando a cadeira que, ao lado dêle, a mucama havia pronto achegado: Senta-te... Que magnífico que vens!
Que raids! que saltos... que segurança, que destreza! Não se pode exigir mais. E pode o amigo dizê-lo sem favor. Superior aos italianos! jactancioso o Azeredo rematou. E serviu cordialmente vinho ao Saavedra, que, daí a momentos: Eu p'r'a semana volto ao campo. Tenho tôda a família lá, aqui já tratei do que tinha a tratar, e papá não abona mais plata.
Hei-de-te contar... E com desdenhosa arrogância, atirando o palhinha para a nuca: Bem melhor do que lá nessa pepineira de rèpública. Mas o Silveira, que não cessava de mirar a um e outro lado, interessadamente: Parece-me uma grande cidade, esta? Como no! E bela, caramba! Grande, grande... corrigiu com sentencioso ademan o Azeredo. Sobretudo grande. Quanto a beleza, hay que distinguir.
O Azeredo rejubilava, irrequieto, vivo, sempre aos saltinhos; e com familiar confiança tornou para o Saavedra: Diga-me, amigo Jorge, e para o clássico Chevalier que aposta fez? Isso nem se pergunta! Vou por Canora. Como Canora!?
Não, filho! manda parar, já te disse... Preciso adestrar-me no inglês, p'ra me entender com uma criatura deliciosa que conheci a bordo. Se tu a visses! Agora o Azeredo ria a perder, sacudindo esperto o busto, espalmando as mãos sôbre os joelhos. Ah! ah! ah! Essa nem parece tua. E então? retrucou, fazendo um mômo de sério, o Silveira, quáse ofendido.
No domingo seguinte, pela tarde, ao entrar o Azeredo, no hotel, pelo quarto do Silveira, encontrou-o de mau humor. Amadornado no fauteuil, junto
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