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Atualizado: 21 de julho de 2025


Sobre o peito, em lettras côr de sangue, viu as iniciaes de seu nome e pondo o estofo contra a luz, retrataram-se-lhe as feições das tres esposas que tinham passado ao tumulo do seu leito. Bem! exclamou. Silvana é tua se a achares. Quanto á mortalha.... Veremos esta noite quem a veste! Não esperou por mais o besteiro, e partiu, apressando o passo, caminho da choupana de Aldonça.

Quando a semana pendia de poucas horas, Sueiro Lopes passou a cavallo pela choupana, olhou, e viu Aldonça á porta, cozendo com Silvana uma tela tão branca e transparente, que deslumbrava. Guarde-vos Deus! disse detendo-se. Que estais cosendo com tanta pressa? E o cavalleiro não tirava a vista dos dedos afilados da donzella que voavam sobre a costura.

Como a oração sobe pura e fervorosa de seus labios ao regaço dos anjos, que vão depor aos pés do Senhor! Mais afastado, Tello, tambem de joelhos, orava com ardor; mas aquelle peito, menos brando, mistura com as preces vozes de vingança. Por fim levantou-se a donzella, e beijando a terra aonde o dos que amára se volvera ao , principiou a cumprir as ordens de Aldonça.

Mas aquella de Santa Aldonça, realmente, fôra ataviada com exageração... Quatro Reis a levarem a Santa aos hombros! São Reis de mais, Padre Sueiro! O bom capellão protestou, logo interessado e serio, no amor d'aquella obra que glorificava a Casa: Ora essa! Com perdão de V. Ex.^a... Perfeitissimamente exacto.

A roza silvestre entrelaçava-se com as verbenas e com os goivos. Ao lado da egreja, entre rosmaninhos, erguia-se uma cruz de pau; tinha entalhado um arco no topo. Ali repousava de setenta annos de edade e de fadigas o avô da donzella. Segundo afirmára Aldonça, uma seára de ortigas vestia o chão. Como o pranto se corre pelas faces de Silvana ajoelhada!

A vista d'elle não se baixára para nenhuma, nem a sua bocca se abrira para dizer uma palavra terna á mais galante. Silvaninha fôra a sua primeira e unica paixão. Combateu-a e calou-a por muito tempo, com receio dos pais, mas por fim, não se podendo conter, decidiu-se, e veiu ao logar pedir-lhe a mão. Ninguem sabia o segredo do mancebo senão Aldonça, porque d'essa nada se escondia.

A aguia não tarda. Enxugai os olhos. E a velha Aldonça, dizendo isto, ria-se com aquelle ar que fazia da feiticeira a amiga de todos os afflictos. D. Sueiro puzera por condição, que daria o sim, se a donzella lhe fiasse e tecesse de ortigas da sepultura do avô duas camisas. Queres acompanhar-me, Tello? atalhou a donzella suspirando. Por que não fugimos nós? acudiu elle a meia voz.

Rompendo depois por entre o povo veiu collocar-se no sitio, aonde o descobrimos diante de Aldonça e Silvana, tão proximo de Tello que este não perdeu palavra do que disse. Sem saber porque, o besteiro, de ordinario cioso e assomado, em logar de se affrontar, estimou quasi a ousadia do monteiro. Parecia que um presentimento occulto lhe insinuava, que se decidia n'este momento a sua sorte.

As camisas?... Eil-as! acudiu o besteiro. Ortigas deram o fio e fadas teceram o panno. Era o mesmo que lhe respondera Aldonça. A maravilhosa tela, que o noivo de Silvana desdobrou diante de seus olhos, na finura admiravel bem mostrava não ser obra de mãos humanas. Pegando na mortalha D. Sueiro tremia.

«Aldonça! repetiu desapercebidamente Gaspar Ximenez; a mesma, a que me torna aguerrido, audaz para affrontar estas regiões nos términos do mundo; a que jurou um dia ser minha e me prometteu a mão de esposa, que eu beijei e apertei tremulo, convulsivo!

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