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D'ahi lhe vinha ser «parente, patricio e parceiro» do homem das Lapidarias. Depois d'isto Vidigal sabia apenas que Fradique, livre e rico, sahira do Quartier-Latin a começar uma existencia soberba e fogosa. Com um impeto de ave solta, viajára logo por todo o mundo, a todos os sopros do vento, desde Chicago até Jerusalem, desde a Islandia até ao Sahará.

Era esta droga apreciada como medicamento e como condimento, e junta ao gengivre e á canella empregada na preparação do vinho adubado, chamado hippocras, muito em uso na edade média . As caravanas arabes, ou berbéres traziam estas e outras mercadorias do Sudan, através do grande deserto do Sahará até aos portos do mediterraneo.

Foi isto um como raio de tardia esperança. Recriminou-se pelo esquecimento de não as ter procurado logo que chegou. A desgraça havia-o desmemoriado. Atravessára o Porto como um viajante solitario atravessaria o Sahará calado, pensativo, sem ver, por ter medo de olhar. Mas os infelizes duvidam sempre viveriam ainda ali? Tinha razão.

De feito, se das terras sertanejas do Sudan continuaram a vir, como ainda hoje vem algumas pequenas porções através do Sahará, toda a que se produzia na região occidental, passou a ser conduzida pelos nossos, os quaes se senhorearam d'este commercio, como mais tarde do das drogas asiaticas.

Na época, em que estes celebrados medicos composeram as suas obras, isto é do IX e X seculo em diante, os productos do Sudan começavam a ser conhecidos no Egypto, e na Africa septentrional pelas viagens, que faziam as kafilas de mercadores através do Sahará, e parece provavel, que a malagueta fosse um d'esses productos.

Não tardaram os arabes em trilhar o mesmo caminho, internando-se no sertão e pondo-se tambem em contacto com a terra dos negros, o Belad es-Sudan. Estes dois povos, affeitos á vida nómada, eram eminentemente proprios a precorrer, em longas e penosas viagens, os desvios de areia movediça, ou de rocha escalvada e sáfara do Sahará.

O pôr do sol entre a neblina que cobria os horisontes fazia lembrar as paginas de Chateaubriand na sua Voyage en Amérique, paginas esculpturaes e cheias da commovida nostalgia dos que se vão da patria... Quanta verdade nas sumptuosas descripções do poeta! Quanta poesia n'aquellas paragens desertas da foz do Mississipe, Sahara de neve estendendo-se a perder de vista nos horisontes sem fim!

Corria o XV seculo quando os portuguezes dobraram o cabo do Bojador. Transposta esta temerosa meta das anteriores navegações, alongaram-se uns após outros e á porfia pela costa do Sahará, devassando os segredos do mar tenebroso, e delineando nas cartas os contornos do grande continente africano. Attingiram emfim a foz do Senegal e penetraram pelo occidente na terra dos negros, aonde os arabes haviam chegado pelo oriente e pelo centro. Costeando as praias da Guiné, e penetrando nas suas bahias e enseadas, subindo o curso do Senegal e do Gambia, explorando os vastos estuarios do rio de Cacheo, ou do rio de Geba, os portuguezes familiarisaram-se rapidamente com as principaes producções das novas terras. Nenhuma substancia vegetal attraiu mais as attenções do que a malagueta. O exame detido, que fizemos dos documentos contemporaneos, mostrou-nos o alvoroço com que foi acolhido o encontro da celebre especiaria, e o rapido incremento tomado pelo seu commercio, dando o nome a uma vasta região. Mostrou-nos tambem, o que mais nos interessa, como os portuguezes observaram a planta, até então desconhecida dos povos da Europa.

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