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Eva, coitada, abriu a soluçar baixinho, fungando a mais não poder, sem se aperceber de que estava fazendo de um guardanapo um lenço. Ultimo acto, e aqui é que está o aproposito. Scenario: O Mississipe pardo e murmurejante sob a luz moribunda do crepusculo. O Almirante Barroso, immovel sobre o rio, com a sua mastreação muito alta, fuméga.

Bailes, regatas, passeios improvisados, concertos, brindes, e não raro a tolda do nosso bello cruzador converteu-se em esplendido salão de baile, acordando a sons de orchestra e gritos de alegria o silencio agreste das margens do Mississipe.

Estavamos quasi á entrada do Mississipe, a grande arteria fluvial da America do Norte, que nós imaginavamos um colosso talvez superior em volume d'agua ao Amazonas, o Mississipe, decantado pelo autor dos Natchez, e em cujas margens fica a cidade de Nova Orleans nosso ponto de chegada.

Ou fosse a natural affinidade que existe entre as duas nações americanas, ou fosse o facto de ir a bordo do cruzador brazileiro um representante da familia imperial do Brazil, o certo é que durante nossa travessia da foz do Mississipe á cidade fomos constantemente saudados de ambas as margens do rio a tiros de espingarda e a lenços que nos acenavam de longe.

As margens do Mississipe, em varios pontos, são, no inverno, verdadeiras planicies, onde apenas medra a herva rasteira. Á distancia, pobre alma perdida no descampado, ergue-se ás vezes uma arvore muito esguia, como um phantasma de braços abertos para o céo. De quando em quando atravessa a solidão uma ave desconhecida batendo as azas, como um agouro.

Envolvidos em grossas capas de , abotoados até o pescoço ao abrigo do frio que se tornava insupportavel para nós da zona torrida, de no tombadilho, machina a um quarto de força, bandeira nacional desfraldada na carangueja do mastro de , esperavamos tambem o pilot que nos devia conduzir á Nova Orleans, 110 milhas da foz do Mississipe. O Mississipe!

E repetiam com um ar de duvida e de ironia medindo d'alto a baixo e de pôpa á prôa o magestoso cruzador, que balouçava de leve sobre o Mississipe: Está muito adiantado o Brazil! Entretanto o Mexico, a America Central e as republicas sul-americanas, sem os recursos invejaveis da grande nação, sobresahiam admiravelmente.

O pôr do sol entre a neblina que cobria os horisontes fazia lembrar as paginas de Chateaubriand na sua Voyage en Amérique, paginas esculpturaes e cheias da commovida nostalgia dos que se vão da patria... Quanta verdade nas sumptuosas descripções do poeta! Quanta poesia n'aquellas paragens desertas da foz do Mississipe, Sahara de neve estendendo-se a perder de vista nos horisontes sem fim!

Nuvens de mosquitos atordoaram-nos toda a noite. « Caramba! exclamava o barbeiro de bordo, um estimavel hespanhol que traziamos do Rio de Janeiro. Caramba! Mosquitos por mosquitos me gustam mas los del Brasil!» E tinha razão o nosso companheiro. Os mosquitos do Mississipe são muito capazes de dar cabo d'um pobre homem. E que medonha orchestração nos ouvidos da gente?

Não direi, não, o que nos divertimos, as multiplas sensações por que passou o nosso espirito n'essa Luiziania que o Mississipe embala com o rithmo nostalgico de suas aguas côr de barro. Seria desdobrar a natureza humana tão complexa e mysteriosa. Vamos adiante, consultemos o caderno de notas. 25 de Abril... Estavamos na Paschoa, a festa risonha e popular da ressurreição do Christo.