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A gente sempre coisas!" Ouvindo estas palavras, proferidas por uma voz feminina conhecida, o velho moleiro voltou-se. Era a senhora Perpetua Rosa, que, em companhia da ama do prior, tinha chegado naquelle instante a mata-cavallo, por se havêrem ambas entretido a examinar umas meadas, que a tia Jeronyma dera a curar á lavadeira, e que esta, vindo para a festa, de caminho lhe fôra entregar.

Sumiu-se-me a perdigueira Alli n'aquella ladeira, Não me fazeis o favor De me dizer se a bréjeira Passou aqui a ribeira? Olhai que d'essa maneira Até um dia, senhor, Perdereis a caçadeira, Que ainda é perda maior. Que me importa, lavadeira! Aqui na minha algibeira Trago dobrado valor. Assim eu fôra senhor De levar a vida inteira a vêr o meu amor Lavar roupa na ribeira...

Pois sim, pois sim, dizia a pobre senhora desconsolada, mas sempre era tel-o de portas a dentro! Emfim, ella bem sabia que a gente na sua casa está muito melhor... Fez-lhe então grandes recommendações sobre a lavadeira, que mandasse buscar o que quizesse, louças, lençoes... E veja não lhe esqueça alguma coisa, senhor parocho! Muito obrigado, minha senhora, muito obrigado...

Se eu a visse ahi de noite, diabos me levem se não deitava a fugir com medo! A lavadeira ria-se. Medo de quê, rapaz? Sume-te! dizia o moleiro. De noite, as bruxas é que veem lavar aos rios... Adeusinho, tia Joaquina. Adeus, ó Jeronymo. Era noite, quando a Joaquina voltou para casa, carregada com o alguidar da roupa molhada á cabeça.

Um dos quadros que V. Exescolheu é dos meus quinze annos. Mas isso não tem valor, accrescentou, cada um amadurece quando tem necessidade de amadurecer. Sou fructa outonada. Meu pae era um velho, um morgado de vinculos perdidos, que me engendrou aos sessenta annos numa lavadeira da sua casa, uma rapariga forte como as armas, segundo dizem em Villa Alva, donde sou natural.

Depois, a mulher trazia-as tão enxovalhadas que era um desacato usal-as no divino sacrificio... Ai, mande-m'as a mim, senhor parocho, mande-m'as a mim, acudiu D. Josepha. Dou-as á minha lavadeira, que é pessoa de muita virtude e traz a roupa escarolada. Ai, até era uma honra para mim! Eu mesmo as passava a ferro, e até se podia benzer o ferro... Amaro pareceu inquieto. Que erro, padre-mestre?

Eis o caso: o Bartholomeu da Ventosa era rico e avaro; mas bestialmente avaro: Perpetua Rosa pobre, pobrissima. Por mal de peccados fôra ella antigamente lavadeira do casal do moinho, ou antes dos moinhos, porque para a exacção historica deve-se advertir que o moleiro possuia dous. Uma vez, que levára grande porção de roupa, tinha perdido tres saccas velhas e rotas.

Posto que ligados até certo ponto pelo casamento de seus filhos, a mutua vontade da lavadeira e do moleiro, alimentada por largo tempo, tinha sido como o escalracho: cada anno profundara mais um palmo de raizes.

Forçado foi, portanto, ao moleiro fartar a vingança com ordenar-lhe que não lhe tornasse a rapar os pés á porta. Desde este fatal dia nunca mais Bartholomeu da Ventosa pôde encarar com a lavadeira: o seu odio vivia involto e aquecido na imagem das tres saccas gravada naquelle coração de avarento.

A cubana ralhava por tudo, nada estava feito a seu gosto, de manhã á noite lamentava têr vindo para um país de que dizia indelicadamente, grosseirônamente, os ultimos horrores: a vida era carissima, os criados eram mandriões e inhabeis, era preciso olhar por tudo, vêr tudo, desde a roupa da lavadeira até á limpeza da casa...

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