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Ferviam as deserções; e grupos de soldados iam arrolar-se nas tropas indigenas, ou nos navios arabes, por miseria, por cubiça, por homizio, arrastados pela fome ou pelas moraxas infieis, espalhando-se em Kambai, no Balutchistân, no Afghanistân e na Persia, de um lado; em Bengala, do opposto; alastrando-se pelo Arakan, por Pegú, por Malaka, e Kamboja, até á China.

Desde o Indo até ao Ganges, pelo Cabo Kumari, desde Kambai até Golkonda, o litoral da peninsula estava inteiramente submettido ao jugo portuguez. Entretanto este imperio não podia dizer-se ainda construido: era um esboço apenas. Como depois de uma victoria brilhante os timidos se curvam todos perante o vencedor, assim acontecia no Oriente.

Os annos do segundo periodo viram consolidar-se estes dilatados dominios por meio de numerosas fortalezas que, completando o systema esboçado pelas antigas, bordavam de feitorias todas as costas. Bassaim, Daman e Diu, além de outros pontos fortificados, asseguraram a costa de Kambai.

A Goa vinham de toda a parte embaixadas e tributos; todos os principes queriam a amisade do portuguez, e a seus pés arrastavam a corôa os rajahs de Ahmednagar e de Kambai, de Vijajapur e de Narsinga, o shah da Persia e os sultões de Sião, do Pégu, do Arakan; e até o proprio Hidalcão, o adil-shah do Kanará, consentindo a fortaleza de Kalikodu, comprada com tanto sangue, seguia o exemplo do Gujerât, do Konkana, do Karnataka e de Bengala.

Os armadores levavam por mar a Hormuz a pimenta, o cravo das Molucas, o gengibre, o cardamomo, os paus de sandalo e brazil, os tamarinhos, o açafrão, a cera, o ferro, as cargas do arroz de Dekkan, os côcos, as pedrarias, as porcellanas, o benjoim, os pannos de Kambai, de Chala, de Deval, e os cinabasos de Bengala.

D'ahi proveiu a guerra e o primeiro cerco de Diu, sobre-humanamente defendido por Antonio da Silveira. As chronicas chamam a Nuno da Cunha vencedor de Kambai, heroe de Bassaim, de Kalikodu, e fundador de Diu. Basta esta enumeração dos lugares para demonstrar que o dominio portuguez na India inclinava , com trinta annos de vida apenas, á decadencia.

Mudos e immoveis, os quinhentos elephantes de Kambai estavam na planicie, como ancora da salvação de Diu; e os soldados olhavam para elles com amor. Além dos elephantes, tambem a cavallaria se achava formada, montando á bastarda os leves cavallos da Persia, embraçados os seus escudos pequenos e redondos forrados de seda, ao cinto duas espadas e uma adaga, ao hombro as settas e o arco.

O de Kambai, ao norte, com o de Kalikodu, inimigo antigo, ao sul, estavam desde tempo em guerra aberta comnosco, de mãos dadas com os mouros, nossos rivaes. O governador, em quem os dotes de guerreiro primavam, decidiu reunir todas as suas forças para ir tomar Diu, na costa do Gujerât, castigando por um modo ruidoso a insubordinação do de Kambai.

As tropas de Kambai, nos seus postos das muralhas, esperavam o assalto, para então se medirem com esses homens que, abrigados por detraz das suas peças, distribuiam assim impunemente a devastação e a morte. Tremiam comtudo; e os mouros, por entre os batalhões, lamentavam-se da falta dos artilheiros venezianos e das esquadras dos rumes.

Porém quatro annos depois, intervindo nas questões internas dos sultões e rajahs da peninsula, Nuno da Cunha obteve a permissão de construir a fortaleza de Diu, celebre depois pelo heroismo dos seus cercos. A politica do governador não desdenhava, comtudo, o assassinato; e o pobre sultão de Kambai, convidado a uma entrevista, foi trucidado, á maneira do que succedera antes em Hormuz.

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