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O vice-rei estudára como geographo o Oriente; e para fundamentar o seu plano de imperio maritimo dizia, com Barros, que a India «tem entradas e saídas de que seu commercio vive, e que são como o corpo animado, que, se lhe tiram a entrada e saída das cousas que o sustentam, não tem mais vida.» O principal estado consiste na navegação, escrevia o vice-rei; com ella se governará no mar Vermelho e no golpho persico, essas duas correntes da exportação da India; com ella na peninsula de Malaka, que é a transição da India para o extremo Oriente; com ella manteremos o privilegio da passagem do cabo da Boa-Esperança, caminho que descobrimos para a Europa.

Os que militavam debaixo das insignias dos reis e principes infieis eram tantos, «que sem muitas lagrimas não se poderá considerar, quanto mais escrever... e muitos se põem por soldados em navios de chatins, onde, posto que o soldo não seja tão honrado como o d'elrey, é mais proveitoso, por ser melhor pago». Em tempo d'elrey D. Sebastião havia na India 16:000 portuguezes, e não se poderam mandar 800 homens a soccorrer Malaka.

De Malaka iam as náus a Ternate e a Tidor, a Banda e a Ambon, em procura do precioso cravo; e o estreito andava coalhado de juncos de Java, conduzindo á cidade o arroz, as carnes, a caça e os crizes tauxiados de fino aço, em troca dos damascos e brocados, que levavam de retorno para as ilhas do archipelago.

Hormuz, Sofala e Malaka são tres quinas de um triangulo, cuja base mede 70 graus em longitude, cuja altura, até ao vertice de Hormuz, conta 50 em latitude. Foi a 10 de agosto do anno de 507 que Affonso de Albuquerque largou de Sokotra, em direcção do golpho Persico.

Albuquerque, porém, não pensava em fazer de Goa uma cidade portugueza, no sentido de ser exclusivamente habitada por europeus: seria chimerico. Faltava-lhe gente, e para obviar a isto fomentou os cruzamentos de portuguezes com mulheres indigenas, creando, tanto em Goa como depois em Malaka , uma população de mestiços, que mais tarde se tornou um dos elementos de dissolução do nosso imperio.

Consolidada a posse da capital, no coração da India, Albuquerque voltou-se rapido para as duas emprezas que rematariam o seu imperio: Malaka e Hormuz. Embarcou, logo no principio de 511, e tocando em Ceylão, a terra encantada das pedras preciosas, delicias do mundo, patria da canella e das perolas, achamol-o, em maio, em frente de Malaka, no extremo Oriente.

Providos no seu lugar, os capitães, que o tinham comprado, faziam-se mercadores e contrabandistas, conluiando-se com os empregados fiscaes, e associando-se com os mouros e judeus. Os capitães de Malaka tinham náus para irem de sua conta, á China, de um lado; a Diu, Chala, Daman, Bassaim, do outro.

A primeira é Malaka, que está em tres graus na entrada e sahida do estreito de Singapura; a segunda Aden, que está em vinte e um graus de altura e na entrada e saída do mar Rôxo; a terceira é Hormuz, a qual está em quinze graus e na entrada e saída do estreito do mar da Persia. Este Hormuz, a meu vêr, é a principal de todas.

Dormiam na areia ao relento; comiam alguma cousa que apanhavam, principalmente os caranguejos da praia; levavam os pés empolados e em chagas... Em tamanha miseria se tornára o antigo imperio com que tinham andado pela India, pela Arabia e por Johor, em Malaka!

Albuquerque em Hormuz, em Goa, em Malaka, assentou na terra firme os limites do imperio que para o seu antecessor devia vogar fluctuante sobre as ondas. Estadista e geographo, D. Francisco d'Almeida era ao mesmo tempo um mercador cuidadoso e até habil.

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