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O ceu de um azul muito lavado, em que parece ter-se extendido um véu diaphano de vapor, é bem differente do meu céu portuguez de uma côr tão quente, ás vezes deslumbradora e excessiva! A agua parece crystallina, ou sombreada de verde, de uma transparencia deliciosa ou de uma côr glauca, atravéz das rendas do arvoredo, movediças e multicôres.
Rasgou-se-lhe aos sentidos, e ao espirito, um vago, diaphano e indefinido futuro, que já não era o da desesperação, como até então antevia, e com que tanto se assustava. Tempo bastante deixou-o a sós o padre Antonio Vieira na posição de peccador e penitente.
Os phenomenos das Cores, que nos presentaõ as superficies dos corpos naturaes, se explicaõ da mesma sorte. E como naõ ha Corpo, por mais compacto que seja, que reduzido a minutissimas partes, se naõ faça diaphano; segue-se que, a respeito da Luz, que he muito mais subtil, que as minutissimas partes, de que os Corpos se compoem, se devem reputar diaphanas, e transparentes as suas superficies.
As estrellas luziam no ceo azul e diaphano, a brisa temperada da primavera suspirava brandamente; na larga solidão e no vasto silencio do valle distinctamente se ouvia o doce murmúrio da voz de Joanninha, claramente se via o vulto da sua figura e da do companheiro que ella levava pelo mão e que machinalmente a seguia como sem vontade propria, obedecendo ao podêr de um magnetismo superior e irresistivel.
Illusão que nunca chega a ter um momento só de realidade; é uma nuvem tenuissima que tolda o azul diaphano do empyreo.
Esses golpes, que no bronze ferem, São para mim como dobrar por morto. «Morto! morto! me clama a consciencia: Diz-m'o este respirar rouco e profundo. Ai! porque fremes, coração de fogo, Dentro de um seio corrompido e immundo? Beber um ar diaphano e suave, Que renovou da tarde o brando vento, E converte-lo, no aspirar contínuo, Em bafo apodrecido e peçonhento!
Bafejada pela amenidade do clima e pela limpidez e doçura de um ar diaphano, as suas melênas são brandamente agitadas pelo sopro suave duma aragem fagueira, e a fimbria do seu vestido, d'um verde puro da vegetação do campo, é banhada pelas aguas transparentes do meigo e terno Vouga. Eis, em simples bosquejo, o que é essa aldeia que se chama Alquerubim. Alquerubim! Só o nome é bonito!
O mar tinha talvez scintillações funestas. A praia estava fria, as vagas davam ais; Semelhavam, ao longe, as extensas florestas Fantasmas ao galope em monstros colossaes. E eu vi n'um campo immenso, agreste e desolado, Immerso no fulgor diaphano da luz, Juncando tristemente o solo ensanguentado Sinistra multidão de corpos semi-nus!
Por vezes, no fundo d'um horisonte diaphano e transparente, recorta-se um ponto imperceptivel, um atomo negro, que só vistas perspicazes descortinam.
O luar de agosto penetrava em diagonal, diaphano, trazendo toda a melancholia profundíssima das incomparaveis noites equatoriaes. Da matta pouco distante, lavada de luar, vinha o monotono arruido dos insectos nocturnos, o alarido dos cururús teimosos. Na gaiola pendente do tecto sem fôrro, um caraxué silvava.
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