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Nos restos d'uma enxerga, ali, no vil cazebre, Um pobre cavador, mordido pela febre, Torcia as grossas mãos nas ancias do estertor; E os filhos semi-nus sentindo a pena ignota Tentavam-se esconder na velha saia rota Da mãe louca de dôr! A voz do sacerdote a custo resoava. A palavra d'amor que ali se precisava, Não posso dizer bem se acaso elle a soltou.

O mar tinha talvez scintillações funestas. A praia estava fria, as vagas davam ais; Semelhavam, ao longe, as extensas florestas Fantasmas ao galope em monstros colossaes. E eu vi n'um campo immenso, agreste e desolado, Immerso no fulgor diaphano da luz, Juncando tristemente o solo ensanguentado Sinistra multidão de corpos semi-nus!

Fomos até ás entradas das pontes sobre os canaes, onde saltimbancos semi-nús, com mascaras simulando demonios pavorosos, fazem destrezas d'um picaresco barbaro e subtil; e muito tempo estive a admirar os astrologos de longas tunicas, com dragões de papel collados ás cóstas, vendendo ruidosamente horoscopos e consultas d'astros. Oh cidade fabulosa e singular! De repente ergue-se uma gritaria!

Elles vem famintos e sombrios, Rotos, selvagens, abanando aos frios, Sem leito e pão, descalços, semi-nus... Nada, jámais, sua carreira abranda! Fizeram Roma, a Inglaterra e a Hollanda, E andaram cum Jesus! São os tristes, os vis, os opprimidos, Em Roma são marcados e batidos, Passam cheios de vastas afflicções!... Nem das mesas lhes deitam as migalhas!

Sempre os filhos com pão, os filhos sempre quentes, Cheios d'amor e sol, vestidos de cuidados De beijos, d'affeições, d'arminhos, de bordados, Amados seraphins, olympicos amores, E áquella hora talvez em leitos como em floresEm quanto os seus, da fome encovados, immundos, Tremendo d'ella ao sublimes e profundos, «Sem pão, talvez sem pae, sem leito brando e leve, Choravam semi-nús, descalços pela neve

Desembarcando sem dinheiro em Goa, depois das doenças da viagem, os que não tinham parentes ou amigos na capital da India, espalhavam-se pedindo esmola em bandos pelas ruas, dormindo esfarrapados e semi-nús debaixo dos alpendres das egrejas, ou nas galés e lanchas varadas na praia.

Ambos elles sem côr, doentes, encovados, Dormiam pelo chão, nos asperos sobrados, Magros, cheios de febre, em farrapos, sombrios, Sordidos, semi-nús e lividos dos frios, E a manta esburacada e cheia de rasgões; De vez emquando, ao longe, ouviam-se os trovões, Caia fina a neve, a chuva terminára, E como um grande alvor o meigo azul limpára!

E que passam tambem um tanto contristados, Talvez cheios de tedio, ao verem que hoje, nós, Os deixamos seguir ainda apedrejados Não raro desprezando a sua augusta voz! E a grande multidão de martyres sublimes, De tristes semi-nús, constante a caminhar, Aos ceus erguendo as mãos, queixando-se dos crimes Dos despotas que aos pés não cessam de os calcar!

Á noite, furioso furacão açoutou cruelmente as nossas barracas esburacadas: a nossa comitiva muito soffreu. Os soldados, sem abrigo, semi-nús, supportárão a inclemencia do tempo; junto a um fogo extincto que provavelmente os aquecia intencionalmente.

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