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Todas as tardes, cultivando uma d'essas intimidades que entre tudo o que cança jámais cançam, Jacintho, ás quatro horas, com regularidade devota, visitava Madame d'Oriol: por que essa flôr de Parisianismo permanecera em Paris, mesmo depois do Grand-Prix, a desbotar na calma e no cisco da Cidade.

E o moço côr de milho, que espalhára pela mesa o seu olhar azul e dôce, murmurou, com uma desconsolação risonha: Que pena!... falta aqui um general e um bispo! Com effeito! Todas as Classes Dominantes comiam n'esse momento as trufas do meu Jacintho... Mas defronte Madame d'Oriol lançára um riso mais cantado que um gorgeio.

E Madame d'Oriol, n'um movimento e n'um sorriso que derramou mais aroma e mais claridade, abalou para a Magdalena. O meu Principe arrastou pelo tapete alguns passos pensativos e molles. E bruscamente, levantando os hombros com uma determinação immensa, como se deslocasse um mundo: Oh Fernandes, vamos passar este Domingo n'alguma cousa simples e natural... Em quê?

Aquelle jantar côr de rosa foi uma festa linda... Não se fez, não se tornou a fazer nada tão brilhante em Paris... E Madame d'Oriol... Ainda ha dias a vi no Palacio de Gelo... Potavel, mulher ainda muito potavel... Não é todavia o meu genero... Adocicada, leitosa, pommadada, neve á la vanille!... Ora esse Jacintho!... E Vossa Alteza, em Paris com demora?

O historiador dos Duques d'Anjou, com o «receptor» na ponta delicada dos dedos, erguendo o nariz agudo e triste, gravemente cumpria um dever palaciano. Madame d'Oriol sorria, toda languida, como se o fio lhe murmurasse doçuras. Para desentorpecer arrisquei um passo timido. Mas cahiu logo sobre mim um chut severo do Gran-Duque! Recuei para entre as cortinas da janella, a abrigar a minha ociosidade.

Languidamente, com o charuto a fumegar, o meu Principe empurrou para a sua amiga o telegramma do Gran-duque. Então Madame d'Oriol teve um ah! muito grave e muito sentido. Releu profundamente o papel de S. A. que os seus dedos acariciavam com uma reverencia gulosa. E sempre grave, sempre séria:

Acabavamos o almoço, quando um escudeiro, muito discretamente, n'um murmurio, annunciou Madame d'Oriol. Jacintho pousou com tranquillidade o charuto; eu quasi me engasguei, n'um sorvo alvoroçado de café. Entre os reposteiros de damasco côr de morango ella appareceu, toda de negro, d'um negro liso e austero de Semana Santa, lançando com o regalo um lindo gesto para nos socegar. E immediatamente, n'uma volubilidade docemente chalrada:

Eu tinha marcadas para hoje seis ou sete coisas, mas não posso, é uma secca! Vamos a casa de Madame d'Oriol... Ao menos , ás vezes, ha um bocado de frescura e paz. E foi n'uma d'essas tardes, em que o meu Principe assim procurava desesperadamente um «bocado de frescura e paz», que encontramos, ao meio da escadaria suave, entre as palmeiras, o marido de Madame d'Oriol.

Travou do meu braço, e arrastou a minha timidez serrana para o salão côr de rosa murcha, onde, como Deusas n'um circulo escolhido do Olympo, resplandeciam Madame d'Oriol, Madame Verghane, a princeza de Carman, o uma outra loura, com grandes brilhantes nas grandes farripas, e d'hombros tão nús, e braços tão nús, e peitos tão nús, que o seu vestido branco com bordados d'ouro pallido parecia uma camisa, a escorregar.

Era com a paciente lentidão com que se sobem todos os Calvarios, os mais bem tapetados, que elle subia a escadaria de Madame d'Oriol, tão suave e orlada de tão frescas palmeiras.

Palavra Do Dia

dormitavam

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