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O historiador dos Duques d'Anjou, com o «receptor» na ponta delicada dos dedos, erguendo o nariz agudo e triste, gravemente cumpria um dever palaciano. Madame d'Oriol sorria, toda languida, como se o fio lhe murmurasse doçuras. Para desentorpecer arrisquei um passo timido. Mas cahiu logo sobre mim um chut severo do Gran-Duque! Recuei para entre as cortinas da janella, a abrigar a minha ociosidade.

Languidamente, com o charuto a fumegar, o meu Principe empurrou para a sua amiga o telegramma do Gran-duque. Então Madame d'Oriol teve um ah! muito grave e muito sentido. Releu profundamente o papel de S. A. que os seus dedos acariciavam com uma reverencia gulosa. E sempre grave, sempre séria:

E todos os escudeiros sumidos! Felizmente o Gran-Duque contava a historia d'uma caçada, nas coutadas de Sarvan, em que uma senhora, mulher de um banqueiro, saltára bruscamente do cavallo, n'um descampado, sem arvores.

Elle atirou um gesto suave em que todos os seus anneis faiscaram: Para uma bomba de dynamite... Temos aqui um explendido ramalhete de flôres de Civilisacão, com um Gran-Duque no meio. Imagine uma bomba de dynamite, atirada da porta!... Que bello fim de ceia, n'um fim de seculo!

Ainda recordo, ás tres horas da noite, o Gran-Duque na antecamara, muito vermelho, mal firme nos pés pequeninos, sem acertar com as mangas da pelissa que Jacintho e eu lhe ajudamos a enfiar convidando o meu amigo, n'uma effusão carinhosa, a ir caçar ás suas terras da Dalmacia... Devo ao meu Jacintho uma bella pesca, quero que elle me deva uma bella caçada!

E o director do Boulevard, que se empurrava todo para S. Alteza, attribuia a decadencia da cozinha, em França, á Republica, ao gosto democratico e torpe pelo barato. No Paillard, todavia... começou o Ephraim. No Paillard! gritou logo o Gran-Duque. Mas os Borgonhas são tão maus! os Borgonhas são tão maus!... Deixára pender os braços, os hombros, descorçoado.

E sentia, entre a sêda das cortinas, n'um fino ar macio, o cheiro das pinhas estalando nas lareiras, o calor dos curraes atravez das sebes altas, e o susurro dormente das levadas... Despertei a um brado que não sahia nem dos eidos, nem das sombras. Era o Gran-Duque que se erguera, encolhia furiosamente os hombros: Não se ouve nada!... guinchos! E um zumbido!

E um dos homens: Parece um cornetim... Agora são palmas... Não, é o Paulin! O Gran-Duque lançou um chut feroz... No pateo da nossa casa ladravam os cães. D'além do ribeiro respondiam os cães do João Saranda. Como me encontrei descendo por uma quelha, sob as ramadas, com o meu varapau ao hombro?

Todos se entre-olhavam, n'uma anciedade alegre. Então o meu Principe, com paciencia, com heroicidade, forçando pallidamente o sorriso: Meus amigos, ha uma desgraça... Dornan pulou na cadeira: Fogo? Não, não era fogo. Fôra o elevador dos pratos, que inesperadamente, ao subir o peixe de S. Alteza, se desarranjára, e não se movia, encalhado! O Gran-Duque arremessou o guardanapo.

Tanta ingenuidade exasperou Ephraim: Esmeraldas! Está claro que ha esmeraldas!... Ha sempre esmeraldas desde que haja accionistas! veio?... está o Gran-Duque? Não, S. Alteza ainda não chegára. E Madame de Todelle? Não poude... No sophá... Esfolou uma perna. Oh! Quasi nada... Cahiu do velocipede! Jacintho, logo interessado: Ah! Madame de Todelle anda de velocipede? Aprende.

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