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Se outro valor não tivesse para ti este pobre livro, que tu amas porque é meu, bem o sei, teria o valor de ter sido quasi todo escripto ao pé das grandes arvores que deram sombra aos jogos da tua infancia, e que tu decerto desejarias que emballassem, com a musica harmoniosa e calmante das suas ramagens murmuras, com o gorgeio alegre dos seus ninhos primaverís, o supremo somno que dormirás mais tarde, na serena beatitude das consciencias boas!...
Do lado opposto, levantava-se a noite, n'um andar manso, mathematico, extinguindo a pouco e pouco o crepusculo bruxoleante. O gorgeio dos passaros cessára na ilha das Onças, que já tinha ficado atraz, a longa distancia; só chegavam á canôa os compassos em andante do canto de um carachué que saudava a noite d'uma pequena ilha, rente á qual passou a embarcação.
Ergueu-se aos clarões suaves D'aquella doce alvorada A tua face encantada. Amaste o doce gorgeio Que desprendiam as aves, E no teu candido seio Quanto amor, quanta illusão Alegre pulava então! Mal haja o fatal destino, Maldita a sinistra mão, Que em teu calix purpurino Derramou fera e brutal Esse veneno fatal.
Similhantes á avesinha que solta o seu gorgeio como o aprendeu da natureza e do gorgeio paterno, elles, no seu poetar espontaneo, acceitavam sem exame as regras que lhe ensinara a Arcadia. E que podiam fazer os pobres poetas peões senão curvar a cabeça ao voto dos mui eruditos e cortesãos pastores do monte Menalo?
Mas depois affligiu o malvado Da avesinha innocente a cantiga; Tal os olhos affeitos a trévas A cerrar-se luz subita obriga. Nunca ao impio na dor deu consolo Meigo som de cadente gorgeio. Que harpa eolia lhe adoça o azedume De que seu coração está cheio? Ai do mau, cuja vida travada Vai de sustos mandados do céu! Nunca o sol a acorda-lo tranquillo Em seu brilho dos montes desceu.
Ahi, passeiando por baixo das ramadas, que de todos os lados o orlavam, e que já n'aquella época do anno se revestiam de folhas viçosas, aproveitava Manoel Quentino os raios de um desanuviado sol de primavera, cedendo pouca attenção ás flores dos alegretes lateraes, e ao gorgeio dos passaros, que por sobre a cabeça lhe andavam festejando a manhã.
Como se não lembrava elle, com pesar e saudade indelevel, do seu pequenino Carlos, côr de lirio e de rosa, quando vinha acariciar-lhe a alma com umas palavras de ternura infantil, quando o via pular de contente ao vir o dia, como uma antilope nos prados, quando os seus vagidos eram um gorgeio entrecortado que lhe pareciam um vaticinio encantador!
Têm as margens a apparencia de um recinto de funeral: socegadas e desertas, monotonisam o quadro com a ininterrupta ostentação das suas ramalhudas verduras densíssimas. Nenhum gorgeio de passaro percebo na larga mudez circumdante.
Oh! como é bello o habitar bem longe, Bem longe das cidades populosas! Como é dôce ao nascer da manhã clara Ouvir o meigo canto dos volateis Tão lindos, tão gentis, da nossa terra! E estes, o seu gorgeio modulavam Como o hymno cadente offerecido Ao no céu e na terra omnipotente, Ao Deus Senhor dá basta Natureza!
E, quando á linguagem mysteriosa da floresta se unia o gorgeio magico do rouxinol, que do seu ninho endereçava saudações maviosas e votos reconhecidos ao Eterno, Pero da Covilhan abandonava a sua alma commovida ás gratissimas recordações da patria, e confiava aos inanimados companheiros da sua solidão os segredos ineffaveis do seu amor a Maria Thereza, engrandecido pelos desejos ardentes de a vêr!...
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