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O que fosse a aula do cosmographo-mór nos ultimos tempos póde avaliar-se por esta citação de Stockler: «Toda a sciencia que na aula se ensinava, se reduzia ao conhecimento da esphera e dos diversos meios graphicos e trigonometricos de determinar no mar a situação do navio pela derrota estimada, isto é, pela medida da velocidade avaliada pela barquinha, pelo angulo de rumo determinado pela agulha de marear, e pela mais grosseira e arbitraria estima do abatimento.

Por isso Martinho de Mello em 1779, «determinando dar ao ensino da arte de navegação uma nova fórma differente d'aquella que até agora se acha estabecidaalliviou Serrão Pimentel do exercicio de cosmographo-mór, conservando-lhe, porém, os vencimentos, e nomeou o professor Miguel António Ciera para lente da aula de pilotos. Estamos n'uma era nova, em epocha quasi contemporanea.

A Antonio de Mariz segue-se a dynastia dos Pimenteis, nome bem conhecido de todos nós. O primeiro foi Luiz Serrão Pimentel, que exerceu o cargo de cosmographo-mór desde 1647 até 1687, e escreveu Roteiros e a Arte pratica de navegar, publicada por seu filho.

Succedeu-lhe em 1723 seu filho Luiz Francisco Pimentel; e finalmente foi o quarto Pimentel, e ultimo cosmographo-mór, Francisco Serrão Pimentel da Silva Paes, que veiu a morrer em 1832.

Tão notaveis talvez como o Bruno, ainda que menos conhecidos, tinham sido os portuguezes Luiz da Fonseca Coutinho e Gaspar do Couto, que muito se dedicaram a este estudo no principio do seculo XVII. Couto foi mandado á India em 1608 na esquadra em que ía o conde da Feira, nomeado vice-rei, e levava minuciosas instrucções, ou regimento, como então se dizia, para fazer um roteiro, observações astronomicas e sobretudo as relativas á agulha . Citarei finalmente o nome do nosso Antonio de Mariz Carneiro, que foi cosmographo-mór nos ultimos annos da dominação castelhana, o qual tanto scismou no caso que mereceu aos seus contemporaneos a alcunha de O Agulha fixa; e ainda os de Jeronymo Osorio da Fonseca e José de Moura Lobo, que no tempo de D. João IV trabalharam no problema.

Depois de Pedro Nunes exerceram successivamente o cargo de cosmographo-mór: Thomaz da Orta, de 1582 a 1596; João Baptista Lavanha, de 1596 a 1608, escreveu o Regimento nautico; Manuel de Figueiredo, citado, de 1608 a 1623; Valentim de , nomeado em 1623 e que escreveu o Regimento de navegar; Luiz Teixeira que navegou muito; o distincto general de mar D. Manuel de Menezes, que alguns dizem ter succedido a Figueiredo; Antonio de Mariz Carneiro, de 1631 a 1647; este escreveu o Regimento de Pilotos e o Roteiro da India Oriental, e foi cognominado O Agulha fixa, pelo muito que trabalhou na determinação da variação da agulha, como disse.

Era esta ultima parte das suas attribuições a que lhe dava maiores proventos, derivados das respectivas propinas; mas alem d'isso o cosmographo-mór tinha ordenado certo, que para o dr. Pedro Nunes foi fixado em 50$000 réis annuaes, e que no meiado do seculo XVIII era de 400$000 réis.

Em 1547 fôra nomeado cosmographo-mór, sendo anteriormente cosmographo de D. João III. No exercicio d'essas funcções frequentou a côrte, e assim teve occasião, como professor ou em conversas, de tratar das questões de navegação com pessoas taes como o famoso infante D. Luiz, irmão de D. João III, o infante D. Henrique, depois rei, o principe D. Sebastião, o grande D. João de Castro, Martim Affonso de Sousa e muitos outros que d'esse convivio com o mestre receberam ensino ou augmento de conhecimentos.

este ponto fornecia materia para interessantes observações; mas o tempo vae passando, tem-se voltado alguns relogios, como se dizia no seculo XVI, e por isso apenas fallarei muito a correr na instituição do cosmographo-mór. Vimos que Pedro Nunes, sendo cosmographo de D. João III, foi em 1547 accrescentado no officio de cosmographo-mór.

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