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Foi Domingos Leite para a capital, e entrou como praticante na botica do Hospital Real, sob direcção de Estevão de Lima, o primeiro mestre de pharmacia entre os quarenta e trez boticarios de Lisboa. Ao cabo do primeiro anno, o professor não tinha que lhe ensinar. Domingos intendia e aviava as receitas com rara destreza. A estatistica mortuaria, se não tinha diminuido, tambem não tinha augmentado.

Para ganhar dinheiro: em dinheiro se lhe converteo o tempo, em que a trabalhou. Eu naõ sey, que lhe fizeraõ os Medicos, Cirurgioens, e Boticarios; pois publica contra elles taõ cruel guerra. louva aquelle, que curou hum homem ás palmatoadas: eu naõ sei, que graça elle achou na cura. Ella certamente vontade de rir, e elle mesmo o confessa. Palmatoadas he remedio, que se naõ acha na botica.

He taõ precioso o tempo, que para os professores desta arte todo se converte em dinheiro, e assim mais encarregados do que carregados de visitas, passaõ o dia inteiro em correr as ruas, subir, e descer escadas, praticar com os Cirurgioens, e Boticarios, que saõ as adelas do seu conceito; e chegando a casa, ou ao meyo dia, ou á noite, como vem fatigados, naõ olhaõ para livro, nem lhes lembraõ os doentes; porque, como saõ muitos, por huns esquecem os outros; e como as visitas estaõ feitas em numero, está vencida a paga, pois tirando o tempo para estudar, do numero dos enfermos vem a perder o que com elle poderiaõ adquirir, e hoje naõ está o tempo para ninguem se perder.

Nada mais difficil do que a medicina, nada mais difficultoso do que ser medico, nada mais melindroso do que receitar, nada mais delicado do que ser boticario; e todos sabem curar, todos são medicos, todos receitão e todos são boticarios, porque todos fazem remedios!

Nunca a piedade inspirou coisa mais insulsa e soez! A expensas da casa, sem licença do reitor... O Regimento dos medicos e boticarios christãos velhos, adjunto aos Estatutos da Universidade de Coimbra, mandados imprimir em 1653 por Manuel de Saldanha, ordena que haja trinta estudantes porcionistas e os dois logares de collegiaes medicos que sempre houve no collegio real de S. Paulo.

Em boa paz se fazia tudo: hiaõ os Medicos, Cirurgioens, e Boticarios matando descançadamente de seu vagar, ou para melhor dizer, muito depressa, porque faziaõ em 8 dias, o que os exercitos em 6 mezes, e em breve tempo se declarava feliz, e suavemente a victoria. A muito chega o discurço humano! E ainda se naõ tinha dado nisto!

N'um velho manuscripto que possuimos, chamado Memorias de Francisco Soares Nogueira, encontramos trasladada a carta, cuja copia não vem descabida ao ponto; e, se mais não vale, tem por si o merito de nos dizer como os boticarios hebreus conciliavam as letras amenas com a manipulação dos ingentes xaropes d'aquelle tempo, posto que nem sempre conciliassem a inspiração com a contagem das syllabas, segundo a arte poetica.

Pois gaste o seu dinheiro, compre, e leia; e nada mais achará, que huma carta extensissima, ou satyra prolongada, com alguns contos de velhas, que por vulgares naõ recreaõ ao leitor: tudo afim de injuriar os nobres professores da medicina. Por isso os cégos, vendo isto, trocáraõ o titulo proposto no frontespicio em o da Carta contra os Medicos, Cirurgioens, e Boticarios.

Um d'elles, porém, que eu presumo fosse um dos dous boticarios, deu aos beiços um geito de quem vai orar. Encararam-o todos, e o boticario tirou do peito estas duas palavras: Ora bolas! E sahiu do pateo. Tenho esquadrinhado o melhor sentido d'aquellas palavras do attico pharmaceutico.

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