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Minha senhora, minha querida menina, dizia Betty da porta, e aquella gente, santo Deus, que ha de dizer? Eu não a escutava. Foi elle que disse sorrindo: Tem razão, Betty, tem razão!

Chegavamos á esquina da rua quando ella, voltando-se para a pessoa que a acompanhava, e que então vi ser uma criada, lhe disse: Betty, calça-me o sapato. Saiu-me do . A criada ajoelhou-se, e exclamou: O setim está espedaçado! O deita sangue! A condessa pareceu não ouvir, e continuou a caminhar resolutamente.

N'este momento vi á porta da sala, trémula, com um grande espanto nos olhos, chamando-me baixo, a minha criada Betty. Fui: ella tomou-me pela mão, foi-me levando, e no corredor, olhando com receio, abrindo n'um grande pasmo os braços, disse-me ao ouvido:

De resto, eu lh'o dou. O frasco d'opio está aqui n'esta gaveta do lavatorio. Não lhe faça isto mal, meu Deus! Não, não, minha Betty! Ah! está na gaveta? Bem. São duas gotas, sim? Não me faz mal. Estou tão contente! Olha, até nem quero dormir. Fica aqui a conversar commigo. São cinco horas. Para as dez pouco falta. Não custa esperar. Está então n'aquella gaveta o frasco... Bom.

Sabes, Betty? sou feliz. Não quero dormir. Conta-me uma historia. A pobre creatura, vendo-me alegre, sorria. Eu, entretanto, tinha os olhos fitos na gaveta do lavatorio. Betty fallava, fallava! Eu ouvia as suas palavras sem comprehender, como se ouve um murmurio d'agua. A tarde descia no emtanto, e eu sentia uma inquietação, uma angustia crescente.

Fui logo para casa, chamei precipitadamente Betty. Betty, disse eu fechando a porta do quarto, Betty, depressa, quero dizer-te uma coisa. Não me digas que não... Santo Deus! Socegue, descance, minha querida menina! Jesus, como vem pallida!

Ella estremeceu toda, deitou-me um grande olhar em que appareciam lagrimas, e suffocada, com as mãos juntas: E eu? Atirei-me aos seus braços: Pois havias de ficar, Betty? Tu vens comnosco, Betty. E correndo pelo quarto, abria os guarda-vestidos, tirando roupas, batendo as palmas, e gritando: Arranja, Betty, arranja tudo. Depressa! Arranja, arranja! Mandei pôr a caleche. Eram quatro horas.

Porque estava assim, porque me fazia chorar? Tinha vontade de lhe bater, de lhe fazer mal. Acorda! acorda! Insensivel! Insensivel! Morto! Ouvi passar na rua um carro. Havia pois alguem vivo! De repente, não sei por que, lembrei-me que tinha esvasiado o frasco! Deviam ser duas gotas! Estava morto! Gritei: Betty! Betty! Ella appareceu, arremessei-me aos seus braços. Chorei.

Tem. Tem uma carteira de marroquim. Tral-a comsigo. Anda cheia de cartas...Levou-a decerto. Nunca a deixa. Sahi, desci a escada, correndo, fugindo d'aquelle desastre, d'aquella vergonha, d'aquellas confidencias. Atirei-me para o fundo da carruagem. A casa! gritei. Tinha fechado os stores; soluçava, sem soluçar . Betty! Betty! clamei logo no corredor. Ella appareceu, correndo.

Abri uma gaveta, tirei não me recordo que pequeno objecto de renda, e tornei a fechar, com um movimento automatico, lugubre, e a ausencia absoluta da consciencia e da vida. Chamei Betty: Betty, que horas são? Onze, minha senhora. Dá-me agua, tenho sede. Dá-me agua com limão... Quando ella sahiu fui encostar a cabeça á vidraça, a olhar o movimento ondeado e lento das ramagens escuras.

Palavra Do Dia

dormitavam

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