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Atualizado: 1 de outubro de 2025
E se soubesse, principe, prosegue a meia voz Maria Alexandrovna emquanto Zina se approxima do piano, com aquelle seu andar, lento e cadenciado, que põe num sobresalto o jarreta, e se soubesse a que ponto é amoravel, como é carinhosa para commigo! Que coração! Que sentimentos! Está claro! Sentimentos!
Ouvi-os d'aqui, a Zina annuiu. E que cama lhe não fizeram ao senhor, ambas de duas! Tem-n'o na conta de um imbecil, e a Zina declarou formalmente que não casava com o senhor por coisa nenhuma d'este mundo. E eu, tão tola, que já me estava até enfeitando para pôr ao pescoço uma gravata côr de rosa! Mas escute! escute!
E eu a ver-te entrar por ali dentro, arrependida, ajoelhar á beira do meu leito... E eu a perdoar-te e a expirar nos teus braços!... Toleima, Zina, pois não era? Esquece-te de tudo isso, nem me tornes a falar das tuas culpas, que tu estás a exaggerar; lembrêmo-nos dos momentos ditosos, dos dias de ventura. Não m'o perdôo, meu amor, e é por isso que falo a semelhante respeito.
Espionou, diga! emenda a Zina a mirál-o com desprezo. Espionei, seja?
Zinaida Aphanassievna!!! Zina! Zina! Minha filha! Sou um miseravel, Zinaida Aphanassievna, um miseravel, e nada mais!... Produz-se um reboliço estupendo, uma vozearia de espanto, de indignação, de atroar a tudo. Mozgliakov ficou que nem que fôra de pedra, incapaz de pensar, de falar.
Perdão, pe... er... dão! silva o principe fixando a attenção na Zina. A minha filha Zina! O principe ainda a não conhece! Não estava em minha casa quando aqui veiu pela ultima vez; lembra-se? Sua filha!
Está offerecendo a minha filha a sua mão, quer-m'a roubar, a mim, a minha Zina! O meu enlevo, o meu anjo, Zina! Não te deixarei nem por quanto ha! Zina! Venha alguem arrancál-a dos braços, dos braços de sua mãe; se é capaz! Maria Alexandrovna atira-se á filha e estreita-a nos braços, comquanto se sinta repellida com força.
Não, não são vocês que podem luctar de esperteza commigo! A Zina annue, e já é meio caminho andado! Não ser bem succedida! Que asneira! Ah! Zina, com que então, ha calculos que influem no teu animo? Commovi-a fazendo-lhe luzir deante dos olhos um risonho porvir... Como ella estava linda, hoje! Ora, tivera eu sido tão formosa, e haveria revolvido, até, meia Europa. Em summa, paciencia, esperemos. O tal Shakspeare ha-de-lhe passar assim que ella se vir princêsa... E que princêsa não ha de ser!... Gosto de a ver assim; tão soberba, tão senhora de si!... Tem uns olhos de rainha!... Como é que ella poderia deixar de conhecer que ia n'isso o seu interesse? Até que emfim percebeu-o! Ficarei vivendo em sua companhia, e ha de consentir em tudo que eu quiser.
Mas se eu já lhe contei tudo, apressa-se em responder Mozgliakov, prompto a recapitular a narrativa pela décima vez. Tinha viajado toda a noite... não tinha pregado olho; estava com tanta pressa de chegar ao meu destino! (Esta ultima phrase ia sobrescritada para a Zina.) Tive que aturar contendas, berreiros por occasião das mudas. Eu proprio, confesso, não fiz tambem pouca algazarra.
E comtudo, Maria Alexandrovna encobre intima afflicção: assusta-a a Zina, com aquelles seus modos tristonhos, de olhos vermelhos. E demais, o tempo não sobeja, e Mozgliakov, esse obstaculo material, está para alli como um marco de pedra. Ergue-se da mêsa Maria Alexandrovna, minada por funda inquietação.
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