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E, sem que o villico tomasse permissão do Senhor, o alçapão da levadiça rangeu nas correntes de ferro, rebombou cavamente nos apoios de pedra.
Empunhando a adaga, e posto que pallido, sempre firme e seguro, voltou-se para D. Pedro e redarguiu: Quem dá aqui ordens e ameaça? O verdugo de Pero Coelho e de Alvaro Gonsalves? O rei carrasco, falso á sua alma e á alma de seu pae? Imaginas que farei como os outros cavalleiros? Estou no meu solar, e a quem entra de noite e á má fé chamo-lhe inimigo! Villico! Aperta os laços da captiva.
Lembra até o Bobo, o Monge de Cister!... A Guiomar, realmente, é uma castellã vaga, da Bretanha ou da Aquitania. Mas no villico, mesmo no castellão, já transparecem portuguezes, bons portuguezes de fibra e d'alma, d'entre Douro e Cavado... Sim senhor!
Na Livraria retomou com appetite, depois de lhes sacudir a poeira, as tiras da Novella sobre que emperrára, n'aquelle atarantado lance de susto e alarme quando o Villico, o velho Ordonho, reconhecia o pendão do Bastardo surgindo á borda da Ribeira do Coice entre o coriscar de lanças empinadas, passando a antiga ponte de madeira, e, um momento sumido na verdura dos alamos, de novo avançando, alto e tendido, até ao rude Cruzeiro de pedra de Gonçalo Ramires o Cortador... O gordo Ordonho então, atirando o brado de «Prestes, prestes! que é gente de Bayão!» descambava pelo escalão da muralha como um fardo que rola.
Da sequencia da historia se vê que o honrado víllico ficou impune d'esta e de mais atrocidades, que depois commetteu, até que outros, provavelmente tão bons como elle, o assassinaram no castello de Lanhoso. IV Invadindo o imperador Affonso VII a terra de Portugal, saiu-lhe ao encontro Affonso I em Valdevez. Devia ser esta uma batalha decisiva para a independencia de Portugal.
Que, por uso e lei d'aquem e d'além serras, sempre mensageiro com ramo se deve escutar... Seja pois! bradou Tructesindo. Ide vós fóra ás barreiras com duas lanças, Ordonho, e sabei do recado! O Villico rebolou pela denegrida escada de caracol até ao patim da Alcaçova.
Pelo villico do Castello, homem espreitador e de amargos sorrisos, conhece a traição, a macula no seu nome tão puro, honrado em todas as Hespanhas! E ai do pagem! ai da dama! Logo os sinos tangem a finados.
Traidor! bradou o principe. Mentes! O braço de D. Pedro quebra e rompe todas as portas. Vais ver!... Villão! ajuntou fallando ao villico. Solta as mãos e a boca a essa donzella. Ninguem se mova! Sueiro Lopes, conta bem os grãos de areia da tua ampulheta.
Tructezindo Ramires, o escute do eirado da barbacan... O Villico saudou recolheu pela poterna abobadada da torre albarran, murmurando para os dous accostados: O Bastardo vem a tratar o resgate do Snr. Lourenço Ramires... Ambos rosnaram: Feio feito.
Assim, deram traça a um villico do egregio conde Henrique, chamado Ordonho, homem de raça servil, como a raptasse e casasse com ella, de modo que manchada por tal casamento perdesse a dignidade da honra . Seguindo a traça dos fidalgos, o víllico arrebatou a matrona, deu um grande banquete, arranjou o thálamo, e dispoz-se para commetter a maldade.»
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