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Atualizado: 3 de outubro de 2025
Ricardo esperava-a na sala, correndo o teclado do piano, com a sem-cerimonia de um visitante habitual. Apertou-lhe a mão, beijando-a ao estylo da França, cousa que elle vira fazer a quatro ou cinco viajantes distinctos do Porto, que tinham conhecido, em Pariz, a «mesa-redonda» dos hoteis onde estiveram. Ahi vão á pressa dois traços d'este Ricardo de Sá.
Nem se revoltava, apenas se ria. Era uma troça em casa das Noronhas, ao chá, com a leitura da versalhada ardente em que elle a tratava de «Nympha, d'estrella da tarde...» Emfim uma sordidez funambulesca! O pobre Fado dos Ramires debandou pelo teclado, n'um tumulto de gemidos desconcertados e asperos. E eu não ter ouvido nada! murmurava o Barrôlo, assombrado. Nem no Club, nem na Arcada...
Alta noite, sentiram-se umas harmonias transbordando em enchentes do orgão do mosteiro; era uma musica indisivel, nunca ouvida na terra. Foram vêr; ninguem percorria o teclado. Melodias suavissimas e remotas derramavam-se da cella de Hernanda. Entraram. Respiravam-se perfumes aérios em torno d'ella.
Mas volveu o valido, depois de estar alguns minutos recolhido, passando por sobre os dentes a unha do pollegar como se corresse um teclado Mas, se v. s.ª me promette segredo inviolavel com juramento... Prometto... balbuciou Maria Isabel, tremula de alvoroço, entre receosa e anciada de curiosidade, com os brilhantes olhos postos nos beiços do secretario.
Disse o nome de captain Rytmel, e a sua antiga amisade com o conde. Vi a marqueza sorrir levemente. E voltando-me para Rytmel: O sr. Carlos Fradique, disse eu, antigo pirata. Os dois homens apertaram a mão. A senhora condessa lisongeia-me extremamente. Eu fui apenas corsario, disse Carlos. Sentei-me ao piano acordando, a fugir, o teclado. Assim via bem Rytmel. A luz envolvia-o.
O que eu encontro e saudo n'elle é a obra d'um artista para quem a lingua portugueza é o instrumento mais docil e o teclado mais vasto e mais sonoro, e em quem a visão das cousas é tão violenta e tão intensa que possue o milagre de communicar aos outros a sua privilegiada lucidez.
O Tio Cegonha vinha sempre ao meio-dia dar a lição; o seu guardachuva azul deixava um ribeiro na escada; tiritava; e quando se sentava escondia, na sua vergonha de velho, as botas encharcadas com a sola aberta. Queixava-se sobretudo do frio das mãos, que o impedia de ferir com justeza o teclado e não o deixava escrever no cartorio. Prendem-se-me os dedos... dizia tristemente.
Liberata ouvira os gritos de soccorro, quando o conselheiro parecia querer distrahil-a vibrando o teclado do piano. O criado, por um aceno, significou-lhe a catastrophe. A enfurecida amante de Luiz veio á janella, e perguntou a um grupo de soldados e cabos de policia o que acontecêra. Responderam-lhe que fôra alli apunhalado um rapaz de boa familia do Campo Grande.
No dia seguinte acordou Eduardo sobresaltado, ouvindo o piano revoltar-se em guinchos desafinados contra os incriveis tormentos, com que uma das meninas martyrisava o inoffensivo teclado. Eduardo julgou que seria pelo menos meio dia; saltou fóra da cama, e correu á janella. Um nevoeiro densissimo não deixava calcular as horas pela altura do sol.
Ella correu a mão, um momento, sobre o teclado de sonoridades profundas, e tocou a phrase do Rigoleto, parecida com o Minuete de Mozart, que diz Francisco I, despedindo-se, no sarau do primeiro acto, da senhora de Crécy e cujo rhythmo desolado tem a abandonada tristeza de amores que findam, e de braços que se desenlaçam em despedidas supremas. Amaro estava enlevado.
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