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Atualizado: 22 de maio de 2025


A noite adiantava-se. O transito ia gradualmente diminuindo; a patrulha, n'uma locomoção arrastada e ordeira, tinha a apparencia vaga dos ruminantes na solidão dos campos. Clareações de gaz punham sombras indecisas, formando na rua projecções phantasticas.

Os annos ou, mais ainda do que os annos, os pezares haviam subjugado n'elle a robustez de outros tempos; os habitos de solidão, que adquirira, a pouco e pouco lhe amoldaram o caracter até fazerem do velho um d'esses typos excepcionaes, que atravessam o mundo entre a estranheza de quantos os rodeiam, a ninguem permittindo sondar os mysterios que guardam comsigo e para si, e creando para uso proprio regras de viver, sem attenção ás convenções sociaes.

Se fosse á hora da tarde que o pagão te visse, que te visse naquelle estado que suspende a alma entre o prazer e a dor, naquelle estado que então te exorna como uma aureola mystica; que te visse como a violeta da varzea, recatada do mundo e rica e feliz na solidão onde reinas, se elle te vira, em vez de te chamar Vesta, chamava-te a Melancolia. E o pagão chamava-te um bem doce nome!

N'essa noite, ella escreveu a Gonçalo uma carta muito longa que começava: «Por estamos todos bem, e n'este rame-ram costumado...» E com effeito a vida recomeçára, no seu rame-ram, simples, contínua, e sem historia, como corre um rio claro n'uma solidão.

Quando se chega a isto, quando se adivinha o thesouro que a todos foi prodigamente aberto e que raros aproveitam, uma absorvente avidez de sensações nos invade e somos arrebatados por este espectaculo prodigioso e infindo que nos vem d'aquillo que antes chamavamos mudez e solidão.

Mas o automóvel deixára a calçada e breve reganhava o campo, internando-se, salteiro e ofegante, no majestoso encanto da solidão, investindo com o desconhecido. Pela carreteira mole e insegura, no seu rodar silencioso, aventurosamente se ia deixando envolver e perder-se no problema insondável da imensidade. Porque

E ponho-me a cantar na solidão, Meu cantico esculpido em noite escura! Consola-me saber minha alegria Longe de mim, perto de ti, na fria Cova a que tu baixaste apoz a morte. Fôste tu que m'a deste, meu amôr; Agora, dou-t'a eu: é a minha flôr; Eu quero que ela soffra a tua sorte.

Permaneci muito tempo immovel, encostado a um pinheiro, com os olhos cravados n'aquelle vulto, que eu estava amando, sem conhecer-lhe as feições. Os primeiros fulgores da lua, que se revia no seio do mar, vestiram-lhe o rosto d'um esplendor alvacento: julgal-a-hieis uma estatua de marmore na solidão silenciosa d'uma cidade assolada. Soaram onze horas no relogio parochial de Lordello.

O meu dedo errante sentia o cansaço d'uma longa jornada: e parei á beira tortuosa d'um rio que devia ser o devoto Jordão. Era o Danubio. E de repente o nome de Jerusalem surgiu, negro, n'uma vasta solidão branca, sem nomes, sem linhas, toda de arêas, nua, junto ao mar. Alli estava Jerusalem. Meu Deus! Que remoto, que ermo, que triste!

E has-de escuta-la Mau grado teu: e tremerás em sustos, Desesperado aos céus erguendo os olhos Irados, de través, amortecidos; Aos céus, cujo caminho a Eternidade Co'a vagarosa mão te vai cerrando, Para guiar-te á solidão das dôres, Onde maldigas teu primeiro alento, Onde maldigas teu extremo arranco, Onde maldigas a existencia e a morte.

Palavra Do Dia

sortílego

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