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Atualizado: 3 de junho de 2025
A duas e duas foi apanhando as ortigas. Quando acabava chispou no outeiro mais proximo a labareda da primeira fogueira, e soou na voz de bronze do sino o primeiro repique. A lua rompia de traz da serra, e o seu clarão branco allumiava toda a campina. Era a hora aprazada. O mancebo deu a mão a Silvana. Tinham ambos tantas cousas dentro d'alma, que nenhum fallou em todo o caminho.
Ao rebombo dos trovões é que acordou, e que principiou a afastar-se com passos vagarosos do sitio, aonde o amor cercado de illusões lhe sorrira alegre, e aonde deixava calcadas e desfeitas as melhores esperanças da existencia. O açor encontrará a aguia. Sinto-a já voar! Não chores, Silvana, serás feliz. Diz-to quem o sabe! Tello!.. A frecha do teu arco pode descansar na aljava.
O tremor convulso que a agitava fazia-lhe arfar o seio. Tello Vasques não estava menos enleado. Corou tambem, e a vivesa natural dos olhos pretos esmoreceu meio offuscada pela sombra das pestanas. Encobrindo que a esperava, quiz saudar Silvana; mas a voz negou-se-lhe, e uma especie de deslumbramento turvou-lhe a vista.
A roza silvestre entrelaçava-se com as verbenas e com os goivos. Ao lado da egreja, entre rosmaninhos, erguia-se uma cruz de pau; tinha entalhado um arco no topo. Ali repousava de setenta annos de edade e de fadigas o avô da donzella. Segundo afirmára Aldonça, uma seára de ortigas vestia o chão. Como o pranto se corre pelas faces de Silvana ajoelhada!
O ruido dos pés, o borburinho e os alaridos das creanças, saltando pelo adro, animam de ar festivo a scena popular. Em quanto o Reitor, curvo e triste, se encaminha de vagar para a sua morada, estendendo a benção pelos aldeãos, Silvana, sempre pallida, ampara no braço delicado o corpo de Aldonça.
O desleal que violenta donzellas não é cavalleiro. Quebro-te a espada e o foro com o meu sceptro. Momentos depois, D. Sueiro estava em cima do escanho, e o villico enrolava-lhe o laço. Commovida e tremula, Silvana lançou-se supplicante aos pés do rei. Debalde! D. Pedro, desviando-se, perguntou ao paciente: Pedes perdão a Deus e ao teu rei? Não!
Rompendo depois por entre o povo veiu collocar-se no sitio, aonde o descobrimos diante de Aldonça e Silvana, tão proximo de Tello que este não perdeu palavra do que disse. Sem saber porque, o besteiro, de ordinario cioso e assomado, em logar de se affrontar, estimou quasi a ousadia do monteiro. Parecia que um presentimento occulto lhe insinuava, que se decidia n'este momento a sua sorte.
O mordomo era o cego executor da vontade de Sueiro Lopes; alma negra do senhor, aonde alcançára com o braço deixára sempre vestigios dolorosos. O noivo de Silvana desprezou o riso, e continuou o caminho; mas á porta despediram-o asperamente, respondendo que Sua Mercê repousava, e que ninguem o despertaria para dar audiencia a um villão.
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