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Atualizado: 3 de junho de 2025


Oh Silvana cruel! porque consente Esse peito formoso e delicado Que s'esqueça hum tão aspero tormento? Tal aborrecimento Merece hum capital teu inimigo: Não eu, que comtigo Estou contente, e nada mais desejo, Se algum'hora te vejo. Tu es hum meu bem, huma gloria, Que nunca se m'aparta da memoria.

Os noivos sem ella não podiam receber-se na igreja de Algoço, e Silvana desejava tanto que seus amores fossem abençoados, aonde o tinham sido os de seu pai e seu avô, que o besteiro não ousou contrarial-a. Altos juizos de Deus!

Sobre o peito, em lettras côr de sangue, viu as iniciaes de seu nome e pondo o estofo contra a luz, retrataram-se-lhe as feições das tres esposas que tinham passado ao tumulo do seu leito. Bem! exclamou. Silvana é tua se a achares. Quanto á mortalha.... Veremos esta noite quem a veste! Não esperou por mais o besteiro, e partiu, apressando o passo, caminho da choupana de Aldonça.

Depois os olhos sorriam animados de malicia tão innocente, que Tello leu n'elles mais do que esperança, leu amor. De repente ficou outro. Pegando-lhe na mão, e beijando-a, a voz soltou-se-lhe, e a vista, cobrando valor na vista d'ella, tornou-se tão eloquente, tão avida de ternura, que ella baixou outra vez as palpebras. Silvana! exclamou arrebatado.

Muita em Deus e na justiça de Elrei D. Pedro. Não é a que me falta, redarguiu melancholica a donzella, é a esperança, mãe!... Elrei está longe e tão alto, que não podem vencer de certo metade do caminho as queixas da orphã. Quem sabe, donzella? atalhou o monteiro, adiantando-se, e admirando a formosura de Silvana. Pegando-lhe na mão, ajuntou: El-rei D. Pedro, filha, e ouve de longe.

A tela da mortalha, fiada e tecida com as ortigas do tumulo, estava nas mãos do cavalleiro, e suas palavras, ironicas como punhaes, atravessavam o peito da infeliz. Estranho ao remorso, o neto dos senhores de Biscaia cevava na formosura captiva o furor dos zelos. Porque choras, Silvana? Dera hontem o melhor arnez e o melhor cavallo por um sorrir de teus olhos. Pedi-te amor e respondeste não.

Fallou-se muito no besteiro de Miranda, mas o que não esqueceu nunca foi a justiça que fizera em Algoço a severidade do monarcha. O castello devolveu-se á corôa, e parece que fôra doado depois ao primogenito de Tello e de Silvana. Pelo menos assim se disse, e se foi verdade ou fabula, não sei. El-rei D. Pedro era tão capaz de fazer cavalleiro um villão, como de justiçar como villão um cavalleiro.

Por onde passava, as flores mais frescas, e mais puras caiam desmaiadas. Silvana contava deseseis annos. Mimosa e esbelta, o setim das faces realçava a terna pallidez, que revestia de tanto enlevo a brandura contemplativa dos olhos verdes e transparentes, aonde a alma retratava os mais suaves affectos.

As camisas?... Eil-as! acudiu o besteiro. Ortigas deram o fio e fadas teceram o panno. Era o mesmo que lhe respondera Aldonça. A maravilhosa tela, que o noivo de Silvana desdobrou diante de seus olhos, na finura admiravel bem mostrava não ser obra de mãos humanas. Pegando na mortalha D. Sueiro tremia.

Por que ninguem foge á sorte! tornou a velha, erguendo-se e sustendo a mão alva e breve de Silvana entre as suas. Não vos demoreis. Á meia noite, ao romper da lua, todos tres na fonte da Moura! Era escuro, e as estrellas começavam a scintillar. Suspirava a viração por entre as folhas das arvores, que no cemiterio cobriam de sombra as sepulturas. As relvas altas ensurdeciam os passos.

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