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Atualizado: 18 de junho de 2025
Antes que escurecesse fui vêr com Sá-tó a villa: mas bem depressa fugi ao fedor abominavel das viellas: tudo se me afigurou ser negro os casebres, o chão barrento, os enxurros, os cães famintos, a populaça abjecta... Recolhi ao albergue onde arreeiros mongoes e crianças piolhosas me miravam com assombro. Toda esta gente me parece suspeita, Sá-tó disse eu, franzindo a testa.
Ergui-me, já nervoso quando um vulto, alto e inquieto, appareceu na facha luminosa do luar... Sou eu, Vossa Honra! murmurou a voz apavorada de Sá-tó.
Eu abrira já uma maleta, e ia-lhe passando cartuchos, saccos de sapeques que elle arremessava aos punhados com um gesto de semeador... Em baixo havia por momentos um tumulto furioso ao chover dos metaes; depois um lento suspiro de gula satisfeita; e logo um silencio, n'uma suspensão de quem espera mais... Mais! murmurava Sá-tó, voltando-se para mim ancioso.
Interpellei então Sá-tó, que quasi desmaiava, arrimado a uma viga: nós estavamos sem armas; os dois cossacos, sós, não podiam repellir o assalto: era necessario pois ir acordar o Mandarim governador, revelar-lhe que eu era um amigo de Camilloff, um conviva do principe Tong, intimal-o a que viesse dispersar a turba, manter a lei santa da hospitalidade!...
Velho garoto!... Ao outro dia lá vou para Tien-Hó com o respeitoso interprete Sá-tó, uma longa fila de carretas, dois cossacos, toda uma populaça de koulis. Ao deixar a muralha da cidade tartara, seguimos muito tempo ao comprido dos jardins sagrados que orlam o templo de Confucio. Era no fim do outono; já as folhas tinham amarellecido; uma doçura tocante errava no ar...
Depois se erguia os olhos para o ar, lá via sempre pairar enormes papagaios de papel, ora em fórma de dragões, ora de cetaceos, ora d'aves fabulosas enchendo o espaço d'uma inverosimil legião de monstros transparentes e ondeantes... Sá-Tó, basta de cidade tartara! Vamos vêr os bairros chinezes... E lá fomos penetrando na cidade chineza, pela porta monstruosa de Tchin-Men.
Então interrogo Sá-Tó: e o seu dedo respeitoso vai-me mostrando o Templo dos Antepassados, o Palacio da Soberana Concordia, o Pavilhão das Flôres das Letras, o Kiosque dos Historiadores, fazendo brilhar, entre os bosques sagrados que os cercam, os seus telhados lustrosos de faianças azues, verdes, escarlates e côr de limão.
Bebido o chá, conversámos do grande plano: na manhã seguinte eu a levar a alegria á triste choupana da viuva de Ti-Chin-Fú, annunciando-lhe os milhões que lhe dava, depositados já em Pekin: depois, de accordo com o Mandarim governador, fariamos uma copiosa distribuição de arroz pela populaça: e á noite illuminações, danças como n'uma gala publica... Que te parece, Sá-tó?
Mas Sá-tó confessou-me, n'uma voz debil como um sôpro, que o Governador de certo é quem estava dirigindo o assalto! Desde as authoridades até aos mendigos, a fama da minha riqueza, a legenda das carretas carregadas d'oiro inflammára todos os appetites!... A prudencia ordenava, como um mandamento santo, que abandonassemos parte dos thesouros, mulas, caixas de comestiveis...
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