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Atualizado: 25 de julho de 2025
A fachada offerece, tambem, tres divisões horisontaes bem distinctas, a primeira envolve as tres portas, a segunda a rosacea e as janelas ou rosaceas lateraes, a terceira começa na nascença das torres.
Tem-se attribuido as janelas quadradas da fachada, a mesquinha rosacea e o bruto e feio arco do vestibulo á grande restauração, depois do terramoto de 1755; é um erro. Uma gravura franceza do tempo, mostrando o estado das ruinas da egreja depois do terramoto, prova que tudo isto existia antes d'esta catastrophe.
A nave central recebia luz da rosacea da fachada principal; as segundas naves de janelas e portas abertas nas fachadas lateraes, que vamos descrever; o transepto das rosaceas, rasgadas nos seus dois extremos, não existindo, é claro, as feias janelas rectangulares, que actualmente por baixo d'estas rosaceas abrem para o triforio; finalmente, a capella-mór era illuminada pelas grandes janelas da charola e directamente por outras superiores ao terraço da mesma charola.
Apenas podemos formar idéa d'isto pela rosacea, relativamente insignificante, da egreja de Exester. Por toda a parte em Inglaterra o portal e a rosacea são substituidos por uma porta e uma janela sem proporção alguma entre si, a porta sendo muito pequena e a janela muito grande.» Não multiplicamos as citações para evitar longa exposição e porque esta nos parece caracteristica.
Assim, por exemplo, as janelas quadradas das torres, substituindo as lindas janelas geminadas primitivas, a rosacea, as sacadas e o arco do frontispicio, bem como o edificio da sacristia e da sala capitular, que mascarou grande parte da fachada lateral-sul, parece-nos datarem dos começos do seculo XVIII, pelas qualidades do estylo; sendo, portanto, anteriores ao terremoto de 1755, como o prova a gravura das ruinas, a que já nos referimos.
Na poeira do luar, pelos rasgões da rosacea, um turbilhão de seraphins rompe na igreja, brancos de marmore, nascendo da nuvem como uma geração espontanea de caritas bochechudas, boccas em flexa, olhos de saphira, e o tom chlorotico, translucido, que participa do paraiso e da tumba, e no qual poderá lêr-se, mau grado a espiritualização da eterna estancia, essa infinita nostalgia dos pequeninos seres arrancados ao calor dos seios maternaes.
Na grande cadeira gothica da abbadessa, a meio do côro, duas vellas faziam brilhar o baculo de oiro, uma mitra mexia ás vezes sobre uma cabecinha pellada de centenaria e para traz a sombra invadia tudo, e via-se na parede uma rosacea sem vidros, por onde entrava, poeirenta e diaphana, uma grande cheia de luar.
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