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Atualizado: 16 de junho de 2025
A palestra de Laura e de Antonino versou, ao principio, sobre assumptos indiferentes, e quasi banaes. Fallaram do almoço e dos convidados de Pozzoli. O visconde não queria dizer o que pensava do emprezario e do tenor. Fallou de Remissy, cuja familiaridade o incommodára por vezes, mas cujo enthusiasmo exuberante fizera com que sympathisasse com elle.
Felizmente, a voz do violinista perdeu-se entre o ruido do salão. Mas a baroneza ouvira perfeitamente o que dissera Remissy. Augmentava a sua surpreza. Que quererá elle dizer? perguntou ella a si propria. Porque comparará a voz da celebre Linda á voz da viscondessa? Laura proseguia.
Laura, deixando-se beijar, sorriu com tristeza, e disse baixo ao violinista: Não póde calcular o mal que acaba de me fazer, meu caro Remissy! Hein! o quê!... Fiz-te mal, eu?... murmurou o violinista estupefacto. E lançou em volta um olhar admirado. Era curiosa a mudança operada no auditorio. Os bravos interrompidos foram substituidos por murmurios hostis.
Quasi á sahida do salão os applausos resoaram de novo, tão entusiasticos como no fim da aria. Remissy foi ter com Lauretto Mina, a quem disse: Não me preveniu!... Dando a saber que a viscondessa era a nossa querida Linda, pratiquei uma grande tolice! Mas depois d'um momento de silencio ajuntou: Comtudo parece-me que depois reparei a asneira feita.
O que significava aquelle caso? Porque não a tinham prevenido? Estaria Remissy em Saint-Malo? Na vespera não o vira e nada lhe constára! Uma carta de Lauretto Mina respondeu a todas as perguntas que a viscondessa a si propria fez. O tenor dizia o seguinte: Senhora viscondessa Não tive tempo de a prevenir hontem de que o nosso amigo Remissy tomava parte no concerto d'hoje.
Ao centro do terreno arrelvado onde fôra servido o almoço, elevava-se uma enorme taça de prata cinzelada, em que chammejava um punch magistral! Os reflexos do punch lançavam, n'um largo raio, vibrações de luz azulada. Remissy não apparecia.
Remissy, já de volta de Londres, executou as suas celebres variações sobre o Carnaval de Veneza, a que deu o mais extraordinario e admiravel relevo e a mais poetica e sonhadora phantasia. Depois d'uma aria de baritono, Laura sentou-se ao piano e cantou um trecho da Mancenilheira. N'essa aria é que os seus admiradores reconheceram a Linda! Cantou com todo o sentimento, com toda a alma!
Creados de casaca serviam o punch em copos de crystal. Foram feitas saudes mais ou menos estravagantes. Beberam um ultimo golo e dispozeram-se a subir para as carruagens. Remissy despediu-se da diva, beijando-a, e subiu para o carro de posta que o trouxera.
Participavam ao conde que o comboio descarrillára a dois kilometros da estação de La Fresnays. Não havia desastres pessoaes a lamentar, mas o comboio, forçado a demorar-se por aquella circumstancia, não poderia a chegar a Saint-Malo antes da meia-noite. Não podiam, pois, contar com Remissy. A noticia alegrou Antonino e Laura.
Os homens tinham-se levantado das cadeiras como impellidos por mola occulta. As damas choravam. Logo que Laura terminou, houve uma verdadeira explosão d'applausos, de bravos, de gritos d'admiração unanime. Remissy estava fóra de si. Levantava-se, sentava-se, gritava, chorava. A baroneza a custo lhe percebia algumas palavras. Que artista!... dizia elle. Não tem egual!...
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